Parecer sobre recurso de Cunha é frágil, dizem deputados
Parlamentares acreditam que objetivo é protelar e evitar que o processo chegue ao plenário antes do recesso
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"Cunha vai ser derrotado mais uma vez na CCJ. Depois dos muitos crimes que cometeu, não há outra saída senão a cassação do mandato", disse o líder da Rede na Câmara, Alessandro Molon (RJ). O deputado considerou "gravíssima" a solicitação no parecer pela anulação da votação no conselho e disse que o colegiado respeitou todas as regras, principalmente porque a votação com chamada nominal ocorreu em acordo unânime e o regimento não diz que chamada nominal só poderá ocorrer se o painel eletrônico estiver quebrado. "Os aliados querem evitar que a votação chegue ao plenário. Dizer que a chamada nominal provoca efeito manada insulta os parlamentares. Faz comparação com gado, diz que não temos opinião formada", afirmou.
Relator do processo de cassação no conselho, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) negou que a chamada nominal tenha provocado um "efeito manada" em desfavor de Cunha. "O voto de Wladimir (Costa) foi definido antes da votação, em mensagens trocadas antes da votação. O fato de ser nominal, não reduz a transparência da votação. Qual é o prejuízo para o interesse processual? Nenhum", afirmou. "Dizer que houve efeito manada quando os votos estavam 5x1 a favor do Cunha é uma alegação que não se sustenta", concordou Júlio Delgado (PSB-MG).
Rogério disse ter ficado surpreso com o voto de Fonseca rejeitando 15 itens apontados por Cunha como irregulares. "Me surpreendeu positivamente em relação aos demais pontos", enfatizou.
O tucano Betinho Gomes (PE) considerou o relatório de Fonseca frágil e disse que a alegação do relator não se sustenta. "A argumentação foi pífia", afirmou. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que os aliados de Cunha continuam tentando manobrar com o recurso para protelar. "Não dá para aceitar essa manobra totalmente infundada. (O processo de votação) Foi límpido, transparente, cada deputado pode se manifestar. Foi assim em todas as votações. Eles querem inovar para protelar".