Partido expulsa indígena que foi motivo para cenas de vandalismo no DF

Partido expulsa indígena que foi motivo para cenas de vandalismo no DF

Patriota disse repudiar atos do cacique José Acácio Serere Xavante, que inicitou violência contra o presidente eleito Lula e autoridades

R7

Manifestantes quebraram carros, atearam fogo em ônibus e tentaram invadir sede da PF em Brasília

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O partido Patriota decidiu nesta terça-feira (13) expulsar o cacique José Acácio Serere Xavante do quadro de filiados à agremiação. O nome do indígena esteve envolvido nas manifestações violentas registradas na noite de segunda-feira (12) em Brasília, que deixaram rastros de vandalismo em alguns pontos da caputal.

"A Executiva Nacional do Patriota vem manifestar o seu total repúdio aos atos praticados pelo Cacique Serere, a quem expulsou das fileiras da agremiação. Nosso partido reafirma total respeito às instituições democráticas e ao resultado do pleito eleitoral de 2022", disse o presidente nacional do Patriota, Ovasco Resende.

Os atos de segunda-feira aconteceram em protesto à prisão de Serere. Manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal, incendiaram ao menos sete veículos e colocaram fogo em quatro ônibus também foram queimados durante os atos de vandalismo. Ninguém foi preso.

Nos últimos meses, Serere tem questionado o resultado das eleições deste ano e incitado atos de violência contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e autoridades do Judiciário. O mandado de prisão do indígena foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), comandada por Augusto Aras.

A prisão de Serere tem o prazo inicial de dez dias e é baseada na suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos. A decisão se fundamentou na necessidade de garantia da ordem pública, diante dos indícios da prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado democrático de Direito.

De acordo com a Polícia Federal (PF), Serere Xavante teria realizado manifestações antidemocráticas em diversos locais de Brasília. Ao pedir a prisão temporária, a PGR argumenta que o indígena vem se utilizando de sua posição para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e ministros do Judiciário.

"A manifestação — em tese, criminosa e antidemocrática — revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado democrático de Direito e impedir a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos", disse a PGR no despacho.

Moraes, por sua vez, afirmou que as condutas do indígena possuem "agudo grau de gravidade" e revelam os riscos decorrentes de sua manutenção em liberdade, uma vez que Serere convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos, que ocorreu na segunda-feira (12).


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