Pepe Vargas diz que CPI não é o instrumento mais eficaz para combater corrupção

Pepe Vargas diz que CPI não é o instrumento mais eficaz para combater corrupção

Segundo o Secretário de Relações Institucionais, a Controladoria-Geral, o MP e o PF estão dando demonstrações de combate

Agência Brasil

Segundo Pepe Vargas, outras instituições estão dando mostras de combate a corrupção

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Após assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, em cerimônia nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto, o novo ministro Pepe Vargas prometeu cumprir a missão de representar o governo nas relações com o Congresso Nacional. Ele substitui Ricardo Berzoini na pasta responsável pela articulação do Executivo com o Legislativo. Em seu discurso, Vargas ressaltou a importância de trabalhar para uma coalizão entre os partidos que dão sustentação ao governo, sem esquecer o diálogo “fundamental” com a oposição.

Depois da cerimônia, em entrevista a jornalistas, Vargas comentou sobre a possibilidade de criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre as denúncias da Petrobras. Segundo ele, as CPIs não têm o mesmo papel que tiveram no passado, quando havia revelações em depoimentos, já que atualmente o depoente pode se manter calado durante toda a audiência.

“Não vejo necessidade de uma CPI para ter eficiência no combate à corrupção. Acho que o Ministério Público (MP), a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal (PF) estão dando demonstrações claras de combate à corrupção. Então não vejo necessidade de CPI para fazer investigação de corrupção”, declarou, exemplificando que, este ano, os trabalhos do MP e da PF já haviam conferido mais “agilidade” ao processo.

Deixando a pasta que ocupa no Palácio do Planalto para chefiar o Ministério das Comunicações, Berzoini se disse consciente de que a articulação política não é uma exclusividade da SRI, e que todos os integrantes do governo têm a obrigação de dialogar com o Legislativo.

“Não tenho a ilusão de que a gente vá conseguir 100% de sucesso em tudo. Sempre a gente tem que trabalhar com a possibilidade do contraditório, de que a gente pode trabalhar um processo harmonioso, mas também com diferenças”, avaliou Pepe Vargas, sobre o contato com o Congresso.

Após defender o aprofundamento da participação social na democracia representativa, papel que atribuiu também ao próprio Congresso, o ministro lembrou da reforma política como “grande compromisso” do governo.

“Ainda temos que discutir dentro do governo, com o Congresso, e tentar estabelecer um acordo para votar, se não uma reforma política ideal, uma reforma política em cima de alguns pontos mínimos e que permita uma mudança no sistema político brasileiro”, declarou, dizendo-se favorável à participação da sociedade, independentemente do formato (se referendo ou plebiscito).

Pepe Vargas disse ainda que não conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre a eleição para a presidência da Câmara em fevereiro, mas que os três candidatos merecem respeito e são “fortíssimos”, e o governo quer uma Mesa Diretora “plural” que trabalhe dentro dos princípios da independência e harmonia. Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) concorrem ao cargo.

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