Perícia conclui que freios de carro de ex-assessor de Gabriel Monteiro tinham falhas de manutenção
Laudo apontou desgaste de pastilhas, mas não encontrou outras irregularidades em veículo de Vinícius Witeze, morto em acidente
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A perícia de engenharia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli concluiu que falhas na manutenção comprometeram o sistema de freios do carro de Vinícius Hayden Witeze, ex-assessor do vereador investigado Gabriel Monteiro, morto em um acidente no último dia 28 de maio.
De acordo com o laudo do ICCE, o reservatório de fluido de freio possuía nível abaixo do recomendado e as pastilhas das rodas dianteiras apresentavam grau máximo de desgaste. Apesar disso, os peritos não detectaram anormalidades no conjunto de suspeições do automóvel, incluindo nas balanças direitas e esquerdas e na caixa de câmbio, bem como no sistema de transmissão e na coluna de direção do carro.
Além disso, não havia avarias na caixa de direção ou no motor, e os amortecedores e molas não apresentavam rupturas ou vazamentos, de acordo com os especialistas da Polícia Civil. A morte de Vinícius é investigada pela 110ª DP (Teresópolis), que continua apurando o caso para esclarecer os fatos.
Morte do ex-assessor
Vinícius Hayden Witezel, de 33 anos, morreu na noite de 28 de maio após sofrer um acidente de carro na estrada que liga os municípios de Teresópolis e Friburgo, na região Serrana do Rio. Segundo a polícia, ele teria perdido o controle do veículo em uma curva e capotado. Um traumatismo craniano foi apontado como causa da morte.
O assessor foi um dos responsáveis por denunciar Gabriel Monteiro pela manipulação de vídeos publicados em suas redes sociais e utilizar recursos públicos em benefício próprio. Vinícius relatou, em entrevista ao Estadão, que era encarregado de investigar vereadores e outras pessoas indicadas por Monteiro para levantar informações que seriam veiculadas nos vídeos.
No dia 25, três dias antes de morrer, o ex-assessor prestou depoimento ao Conselho de Ética da Câmara do Rio, que julga a cassação do mandato de Monteiro, utilizando um colete à prova de balas. Na ocasião, ele disse ter sido ameaçado de morte por seguidores do vereador.
Além das denúncias de manipulação e desvio de verbas públicas, Gabriel Monteiro é acusado de cometer assédio moral e sexual contra funcionários e responde na Justiça por ter filmado uma relação sexual que manteve com uma adolescente.
Em outras ocasiões, a defesa do vereador informou que, na época, ele não sabia que a jovem era menor de idade. Sobre as denúncias dos ex-assessores, os advogados afirmaram que não comentam os depoimentos dados ao Conselho de Ética em respeito ao processo que deve correr em sigilo.