Perondi: Após rejeição da denúncia, governo quer aprovar reforma da previdência

Perondi: Após rejeição da denúncia, governo quer aprovar reforma da previdência

Deputado defendeu avanço de mudanças nas leis: “População não tem obrigação de entender o que são reformas”

Correio do Povo

Deputado afirmou que reformas econômicas e tributárias também estão na agenda do governo

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Um dia depois de conquistar votos suficientes na Câmara dos Deputados para rejeitar a denúncia contra Michel Temer, a base aliada do governo já articula dar prosseguimento à impopular Reforma da Previdência. Em entrevista à Rádio Guaíba, o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) afirmou que os governistas têm confiança na aprovação do projeto, pois contam com apoio da maioria dos parlamentares e da “coalizão dominante”.

Questionado sobre a impopularidade do governo, que teve só 5% de aprovação na última pesquisa Ibope, o parlamentar afirmou“opinião pública é diferente de coalizão dominante”. “Opinião pública é a população, e a população não tem obrigação de entender o que são reformas. Em qualquer parte do mundo, as reformas deram briga. Na Grécia, deu incêndio. Para quem faz reforma, não tem jeito, porque não é imediato. O brasileiro quer trabalhar menos, quer se aposentar cedo, não tem jeito”, afirmou o parlamentar.

“O que o Michel (Temer) tem é o apoio da coalizão dominante, que é a grande imprensa, os formadores de opinião, o capital político extraordinário da base do Congresso. Ele tem o capital pessoal, que é a capacidade de dialogar. Ele tem o apoio de quem emprega, das forças econômicas. Apoio quase todo dos articulistas, tirando os da esquerda, isso se chama coalizão dominante”, completou.

Segundo Perondi, esse apoio é fundamental para fazer as reformas. “Se as elites não participam das reformas, até as elites pensantes, não saem as reformas. Esse é o capital do Michel (Temer), da coalizão dominante, comparando com a opinião pública”, disse o deputado. “Quem olha para a opinião pública e para a popularidade não governa, por isso que a Dilma (Rousseff) fracassou, porque só pensou na popularidade”, acrescentou.

Plano é tocar reformas

Além da Reforma da Previdência, reformas econômicas e tributárias estão na pauta do governo. “O Brasil está nos trilhos, mas a locomotiva precisa pegar velocidade. Tem uma agenda muito boa que vamos seguir agora”, afirmou Perondi. A preocupação dos articuladores de Temer e do próprio presidente, segundo o parlamentar, “é aumentar a base para continuar reformando o país”.

Isso porque a votação da denúncia contra Temer mostrou que muitos parlamentares de partidos da base acabaram ficando do lado da oposição. Até o PSDB, que possui quatro ministérios no governo peemedebista, orientou a bancada a votar contra o presidente. “Quem não votou (a favor de Temer) terá uma chance na Reforma da Previdência, se não vai perder os cargos”, afirmou o deputado.

Sobre a possibilidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhar ao Congresso novas denúncias contra o Temer, o que pode desgastar ainda mais o governo, Perondi afirmou que “os procuradores querem impedir a Reforma da Previdência e continuar se aposentando com 50 anos”.

Já sobre as emendas parlamentares empenhadas à base aliada antes da votação, Perondi afirmou que são “constitucionais e obrigatórias”, acrescentando que parlamentares da oposição teriam recebido até mais do que ele.

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