PF faz buscas em endereços de Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, na operação Lesa Pátria

PF faz buscas em endereços de Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, na operação Lesa Pátria

As medidas são cumpridas em cinco cidades; operação foi autorizada pelo STF

AE

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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 25 mais uma fase da Operação Lesa Pátria. É a 19.ª etapa da investigação, que faz um esforço para identificar todos os envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.

Os policiais federais tentam prender preventivamente cinco suspeitos. A PF também cumpre 13 mandados de busca e apreensão em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF). O Estadão apurou que endereço ligado a Léo Índio, primo de três dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, é alvo de buscas. Ele já havia sido alvo da terceira fase da operação. Ele é sobrinho da ex-esposa de Bolsonaro, Rogéria Nantes Braga.  

Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator das investigações sobre os protestos do dia 8 de janeiro.
Os investigados podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime e destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Relembre as fases da Operação Lesa Pátria

A primeira fase da Operação Lesa Pátria, no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas. Entre eles "Ramiro dos Caminhoneiros", Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.

Na segunda etapa da força-tarefa, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto. A terceira fase da operação prendeu cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia "pegar o Xandão". Léo Índio foi alvo de buscas na mesma etapa.

No dia 3 de fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como "Homem do Tempo", que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.

A oitava etapa da ofensiva teve o maior número de mandados - ao todo, 32 investigados tiveram prisão decretada. A PF prendeu golpistas como a mulher responsável por pichar a estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal, com a frase "perdeu, mané" e o homem que teria levado uma bola autografada pelo jogador Neymar da Câmara dos Deputados.

A fase 9 prendeu preventivamente um major da Polícia Militar do Distrito Federal da reserva suspeito de incitar os atos golpistas e de administrar recursos que financiaram ações antidemocráticas. Claudio Mendes dos Santos teria ensinado táticas de guerrilha para os bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília.

A décima Operação Lesa Pátria prendeu 13 pessoas. Entre os presos estavam o tenente-coronel da reserva da Aeronáutica Euro Brasílico Vieira Magalhães; a professora Claudebir Beatriz da Silva Campos, suplente do PL na Assembleia Legislativa do Pará; e o empresário Leandro Muniz Ribeiro, que se candidatou a uma vaga na Assembleia Legislativa de Goiás pelo Democracia Cristã nas eleições 2022.

A etapa seguinte mirou endereços ligados a empresários, produtores rurais e colecionadores de armas, atiradores e caçadores esportivos (CACs), suspeitos de financiarem os protestos golpistas.

Na 12.ª fase, a PF prendeu o major Flávio Silvestre de Alencar, suspeito de ter orientado a desmobilização da barreira montada no topo da rampa que faz a ligação entre o Congresso e o Supremo o que impedia o acesso dos extremistas à Praça dos Três Poderes.

A 13.ª Operação Lesa Pátria fez buscas contra o empresário Milton de Oliveira Júnior em Itapetininga, a 170 quilômetros da capital paulista. A PF investiga se ele financiou a ida de extremistas a Brasília. Em entrevista, o empresário chegou a dizer que "ajudou patriotas" a viajarem ao DF.

Em agosto, a Polícia Federal prendeu mais oito bolsonaristas. A lista inclui o pastor Dirlei Paz, que nas redes sociais se identifica como "patriota" e aparece em foto pedindo "intervenção federal"; a cantora gospel Fernanda Ôliver; e os influenciadores Isac Ferreira e Rodrigo Lima.

O deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil) que, em sessão da Assembleia Legislativa afirmou ter "ajudado a bancar" o acampamento golpista montado em frente ao QG do Exército, foi alvo de buscas na fase seguinte da Operação Lesa Pátria.

A 16.ª etapa mirou, novamente, os financiadores aos atos do dia 8 de janeiro. A PF fez buscas em 53 endereços. Foram alvo Rodrigo Borini, filho do ex-prefeito de Birigui (SP) Wilson Borini; Rodrigo de Souza Lins, deputado estadual suplente do MS pelo PRTB; e uma socialite de São Paulo chamada Marici Bernardes.

A fase 17, aberta em setembro, mirou três investigados - Aildo Francisco Lima, que fez uma live sentado na cadeira do ministro Alexandre de Moraes; Basília Batista, que teria invadido o Congresso; e a advogada Margarida Marinalva de Jesus Brito.

O desdobramento mais recente da investigação envolveu buscas na casa do general da reserva do Exército Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro, que participou dos atos do dia 8.


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