PF investiga 16 militares que teriam participado de ações golpistas
Há mandados de prisão contra Marcelo Câmara, Rafael Martins de Oliveira e Bernardo Romão Corrêa Neto
publicidade
A operação realizada nesta quinta-feira (8) pela Polícia Federal tem como alvo, além de Jair Bolsonaro, ao menos 16 militares que teriam relação com a divulgação de notícias falsas sobre as eleições presidenciais de 2022 e apoio às ações golpistas, como a manutenção do acampamento em frente ao quartel do Exército.
O R7 apurou que há mandados de prisão contra Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, além do tenente Rafael Martins de Oliveira e o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto. Todos foram presos, com exceção de Bernardo, que está nos Estados Unidos. A reportagem busca contato com os citados. O espaço está aberto para manifestação.
De acordo com a PF, os militares são investigados por duas formas de atuação. A primeira é a produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 para estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, com o intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado, e de estímulo que buscava a adesão de outros militares ao crime.
O segundo ponto dos militares investigado pela PF é de apoio às ações golpistas, reuniões e planejamentos de ações para manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo mobilização, logística e financiamento de militares das Forças Especiais.
Operação
Bolsonaro é um dos alvos da operação que a Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (8) em dez estados para apurar a participação de pessoas na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do ex-chefe do Executivo no poder. Foi determinada a apreensão do passaporte do ex-presidente, e os agentes aplicaram outras medidas restritivas a ele.
Veja Também
Entre os alvos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). A PF prendeu o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República Filipe Martins e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Marcelo Câmara.
Ao todo, os agentes cumprem 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.