Planalto agirá com firmeza para impedir alterações na reforma da Previdência

Planalto agirá com firmeza para impedir alterações na reforma da Previdência

Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que governo vai para o embate político

Correio do Povo

Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que governo vai para o embate político

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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), admitiu nessa sexta, ao Correio do Povo, que o Congresso ainda poderá alterar a reforma da Previdência, aprovada na quarta-feira na Comissão Especial da Câmara e cujos destaques serão apreciados na próxima terça-feira. “Tenho muitos anos de convivência no Congresso e sei que eles (os parlamentares) têm autonomia para fazer as mudanças que quiserem. Aí, se isso acontecer, vamos para o embate político”, afirmou, durante entrevista concedida em seu escritório político, na Capital.

Apesar dos protestos contra a reforma que tomaram as ruas e até as antessalas do Congresso, Padilha segue convicto de que a proposta é necessária e que, sem ela, o país não sairá da crise. “Eu gostaria que não fosse alterado mais nada. Essa é a esperança do governo: que não se mude nada, pois já se fez um abatimento de 24% do valor total que era a nossa previsão. Prevíamos economizar R$ 800 bilhões nos próximos dez anos e agora caiu (com as mudanças) para R$ 600 bilhões”, calcula.



Perguntado se as manifestações do ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, que mandou ontem novo recado aos deputados afirmando que não há mais nada a negociar na reforma, ajudam ou prejudicam o governo, Padilha preferiu a diplomacia: “Ele sempre ajuda, tem credibilidade”. Mas voltou a considerar que a autonomia do Congresso se sobrepõe à vontade do governo. “Podemos pensar de uma determinada forma, mas o Congresso pode pensar de forma diferente. Aí teremos que ver se fazemos valer a nossa firmeza”, resumiu.

Para o ministro-chefe da Casa Civil, o governo tem problemas de comunicação, o que justificaria as dificuldades enfrentadas pelo Planalto no convencimento da sociedade sobre a situação do país e as ações do governo Michel Temer. Ele enumera o que considera atitudes populares do governo: 600 mil novas casas lançadas pelo Minha Casa Minha Vida e a possibilidade de o cidadão sacar o saldo inativo do Fundo de Garantia, cerca de R$ 41 bilhões injetados na economia. “O governo tem muitas ações na área social. O que há é incompetência na comunicação, porque o governo é eminentemente popular, que olha para o social”, pontuou.

Segundo ele, a reforma da Previdência produzirá efeito para aqueles que são mais vulneráveis e isso não está chegando para as pessoas. “Ninguém que ganhará até um salário mínimo (66% dos aposentados) ou até dois salários mínimos (82% dos aposentados) está fazendo movimento de protestos. Os 18% privilegiados, tanto do setor privado quanto do setor público, é que não querem a reforma.”


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