Planalto agirá com firmeza para impedir alterações na reforma da Previdência
Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que governo vai para o embate político
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Apesar dos protestos contra a reforma que tomaram as ruas e até as antessalas do Congresso, Padilha segue convicto de que a proposta é necessária e que, sem ela, o país não sairá da crise. “Eu gostaria que não fosse alterado mais nada. Essa é a esperança do governo: que não se mude nada, pois já se fez um abatimento de 24% do valor total que era a nossa previsão. Prevíamos economizar R$ 800 bilhões nos próximos dez anos e agora caiu (com as mudanças) para R$ 600 bilhões”, calcula.
Perguntado se as manifestações do ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, que mandou ontem novo recado aos deputados afirmando que não há mais nada a negociar na reforma, ajudam ou prejudicam o governo, Padilha preferiu a diplomacia: “Ele sempre ajuda, tem credibilidade”. Mas voltou a considerar que a autonomia do Congresso se sobrepõe à vontade do governo. “Podemos pensar de uma determinada forma, mas o Congresso pode pensar de forma diferente. Aí teremos que ver se fazemos valer a nossa firmeza”, resumiu.
Para o ministro-chefe da Casa Civil, o governo tem problemas de comunicação, o que justificaria as dificuldades enfrentadas pelo Planalto no convencimento da sociedade sobre a situação do país e as ações do governo Michel Temer. Ele enumera o que considera atitudes populares do governo: 600 mil novas casas lançadas pelo Minha Casa Minha Vida e a possibilidade de o cidadão sacar o saldo inativo do Fundo de Garantia, cerca de R$ 41 bilhões injetados na economia. “O governo tem muitas ações na área social. O que há é incompetência na comunicação, porque o governo é eminentemente popular, que olha para o social”, pontuou.
Segundo ele, a reforma da Previdência produzirá efeito para aqueles que são mais vulneráveis e isso não está chegando para as pessoas. “Ninguém que ganhará até um salário mínimo (66% dos aposentados) ou até dois salários mínimos (82% dos aposentados) está fazendo movimento de protestos. Os 18% privilegiados, tanto do setor privado quanto do setor público, é que não querem a reforma.”