PMDB inicia articulações com nova direção do PSB

PMDB inicia articulações com nova direção do PSB

Com missão de tratar da relação dos partidos, Stédile visitou chefe da Casa Civil de Sartori

Correio do Povo

PMDB inicia articulações com nova direção do PSB

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Às voltas com articulações para tentar barrar ou pelo menos adiar a saída do PSDB do governo José Sartori e para manter o PP na atual aliança o máximo de tempo possível, o PMDB gaúcho enfrenta ainda um terceiro desafio: conseguir prestigiar adequadamente PSB e PSD. Nessa quinta-feira, o novo presidente do PSB gaúcho, deputado federal José Stédile, disse que, para o partido, todas as possibilidades estão em aberto em relação à eleição estadual de 2018 e que a sigla realizará em março um amplo congresso para definir seu rumo.

• PMDB tenta conter debandada de aliados

O deputado admitiu que há, no partido, inclusive quem deseje lançar candidato próprio na disputa ao Piratini, mas ressalvou que essa hipótese é mais remota porque a prioridade do PSB continua sendo a candidatura de Beto Albuquerque ao Senado. “Seria praticamente inviável conseguirmos aliados já apresentando, além de um dos nomes ao Senado na chapa, também o do candidato ao governo”, assinalou.

Stédile cita, porém, o que ocorre com o partido nacionalmente para reafirmar que o PSB não tem um rumo pré-estabelecido no Rio Grande do Sul. Até poucos meses atrás, quando Beto presidia a sigla, era dado como certo que o PSB renovaria a aliança com o PMDB. “Quem, há três meses, diria que, nacionalmente, poderíamos ter candidatura à Presidência da República?”, questiona o deputado. “No cenário nacional, hoje, também se abrem várias possibilidades. Só há duas coisas que já estão descartadas: apoiar Temer ou Bolsonaro.”

Antes do feriado, na última terça-feira, Stédile fez uma visita de cortesia ao chefe da Casa Civil, Fábio Branco. O encontro foi uma forma de o PSB informar ao governo que está sob nova direção, e que com ela serão realizadas as tratativas sobre a renovação de aliança ou a ocupação de espaços. Diplomático, ontem Stédile preferiu não responder se o partido se considera adequadamente prestigiado na administração estadual. “Não vamos fazer chantagem em busca de mais espaço. Vamos debater internamente e ouvindo todos.” 

PSD também é incógnita

As incertezas sobre o futuro da aliança com o PMDB do governador José Sartori atingem também o PSD, partido do vice-governador, José Paulo Cairoli. O vice tem guardado uma discrição absoluta, mas alguns de seus interlocutores asseguram que ele está decepcionado com a forma como lideranças do PMDB têm conduzido negociações com outras legendas. A maior queixa de Cairoli é sobre a forma como o partido do governador tem colocado na mesa de negociações a vaga de vice em uma eventual tentativa de reeleição de Sartori.

O PSB e o PSD foram as duas siglas que, em conjunto com o PMDB, formaram o tripé inicial de sustentação da candidatura de Sartori em 2014. No primeiro turno da eleição para o governo do Estado, PP e PSDB lideraram outra coligação. As duas siglas aderiram à candidatura do PMDB em um segundo momento.

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