Polícia diz que será preciso exame de DNA para identificar vítimas

Polícia diz que será preciso exame de DNA para identificar vítimas

Aeronave com Eduardo Campos e sua comitiva caiu em área residencial de Santos, em São Paulo

Agência Brasil

Acidente deixou sete mortos

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À frente de uma das investigações da queda do avião em Santos, que levava o candidato Eduardo Campos, o delegado da Polícia Civil e diretor do Deinter-6 de Santos, Aldo Galeano, disse nesta quarta-feira que será necessário exames de DNA para identificação das vítimas do acidente aéreo.

De acordo com o delegado, além da Polícia Civil, a Polícia Federal e Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) também instauraram inquéritos para apurar as causas do acidente. A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Guarujá, no litoral paulista. De lá, Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB, e sua comitiva iriam para Santos para cumprir agenda de campanha. Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave. Além de Campos, seis pessoas morreram no acidente.

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Segundo Galeano, grande parte dos destroços foi recolhida e enviada para análise em São Paulo e as turbinas da aeronave vão ser avaliadas em São José dos Campos (SP). As polícias federal e estadual irão acompanhar as análises, disse o delegado.

“Ele (avião) arremeteu quando estava pousando na Base Aérea e veio para cima de Santos e acabou acontecendo este fato trágico. O que supomos é que o piloto achou uma área que tinha um quintal, um bambuzal, perto de uma piscina, uma área bastante aberta e tentou fazer o pouso, só que o avião explodiu”, disse, acrescentando que a dúvida é se a explosão ocorreu no ar ou no solo. O delegado participou das investigações do acidente envolvendo o avião da TAM, em 2007.

Galeano estima que a perícia deve durar de 30 a 40 dias.

Já o capitão do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Marcos Palumbo, disse que, por enquanto, a chuva não está atrapalhando o trabalho, pois a equipe está buscando material dentro das casas, prédio comerciais.

“O ponto de impacto e onde os destroços foram distribuídos é uma área muito grande e isso dificulta o trabalho, porque a gente precisa fazer a busca por peças que podem ajudar o Cenipa e também a localização dos corpos”.

Morte de Eduardo Campos
Foi confirmada no final da manhã desta quarta-feira a morte do candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, que estava na aeronave que caiu em Santos, no litoral paulista. O ex-governador de Pernambuco vinha de um voo do Rio de Janeiro que teria tentado pousar na Base Aérea de Santos por volta das 10h, mas arremeteu.

De acordo com o Comando da Aeronáutica, a aeronave, que caiu em uma casa na altura do número 50 da Rua Vahia de Abreu, na esquina com a Rua Alexandre Herculano, no bairro do Boqueirão, é um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP).

Além do candidato de Eduardo Campos, também morreram no acidente aéreo Pedro Valadares Neto, ex-deputado e assessor particular do candidato; Carlos Augusto Percol Filho, assessor de imprensa; Marcelo de Lyra, cinegrafista, e Alexandre Gomes e Silva, fotógrafo. Os pilotos da aeronave Geraldo da Cunha e Marcos Martins também faleceram.

Biografia
Nascido no Recife em 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos entrou na faculdade aos 16 anos. Formou-se em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco aos 20 como aluno laureado e orador da turma. Ele começou a militância política ainda na Universidade, como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia, em 1985. Em 1986, Eduardo trocou a possibilidade de um mestrado nos Estados Unidos pela participação na campanha que levou seu avô Miguel Arraes de volta ao governo de Pernambuco, tornando-se chefe de gabinete. Naquele momento ele iniciava uma carreira política que o levaria a ser candidato à presidência.

Como chefe de gabinete do governador Miguel Arraes, participou diretamente da criação da primeira secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste, em 1987, e, em 1989, da primeira Fundação de Amparo à Pesquisa da Região, a FACEPE. Entrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1990 e conquistou, pelo partido, o primeiro mandato, deputado estadual. Na Assembléia Legislativa de Pernambuco, foi líder e um dos mais destacados parlamentares da bancada da oposição.

Chegada ao Congresso
Eduardo Campos chegou ao Congresso Nacional em 1994, eleito com 133 mil votos. A partir de 1995, ele exerceu o cargo de secretário do governo de Pernambuco e, em 1996, o de secretário da Fazenda. Na pasta, também participou de várias iniciativas importantes na área de Ciência e Tecnologia e apoiou o trabalho da Fundação de Amparo à Pesquisa.

Em 1998, foi reeleito para a Câmara Federal como o deputado federal mais votado do Estado. Obteve 225 mil votos. Exercendo o terceiro mandato de deputado federal, conquistado em 2002, Eduardo destacou-se no Congresso Nacional como um dos principais articuladores do governo Lula para a aprovação das reformas da Previdência e Tributária. Em 2003, Eduardo Campos foi empossado ministro de Ciência e Tecnologia. Em sua gestão, o MCT deixou de ser um órgão restrito aos interesses das comunidades científicas e acadêmicas e se transformou em um mecanismo capaz de colocar os conhecimentos dos cientistas à disposição da sociedade.

Em 2005, Eduardo Campos assumiu a presidência nacional do PSB. No início 2006, Eduardo se licenciou da presidência nacional do PSB para concorrer ao governo do Estado pela Frente Popular de Pernambuco. No dia 29 de outubro daquele mesmo ano, foi eleito governador. Em 1º de janeiro de 2007, assumiu o Palácio do Campo das Princesas. Nas últimas eleições, o presidente do PSB foi reeleito governador de Pernambuco com 82,83% dos votos válidos.

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