Polícia Federal intima Bolsonaro a depor sobre vazamento de informações sigilosas

Polícia Federal intima Bolsonaro a depor sobre vazamento de informações sigilosas

Presidente publicou documentos sobre investigações sigilosas de uma suposta invasão aos sistemas do TSE em 2018

R7

Presidente divulgou documentos sigilosos em uma live nas redes sociais

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A Polícia Federal intimou, nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro a depor no inquérito que apura o vazamento de documentos sigilosos da investigação sobre um ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.

Em 4 de agosto deste ano, Bolsonaro publicou nas redes sociais documentos relacionados a um inquérito da PF sobre um ataque cibernético contra o site do tribunal. Na época, ele alegou que a investigação era uma evidência de fraudes no pleito em que foi eleito presidente da República. O R7 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Presidência da República e aguarda o retorno.

No dia seguinte ao da live, o presidente afirmou, sem mostrar provas, que a Justiça Eleitoral havia apagado os registros da invasão hacker ao sistema. “É a mesma coisa de ter ocorrido um crime. Você ter um corpo no chão e, quando vai colher as digitais, o perito apaga todos os locais que poderiam conter essas digitais. Isso é uma obstrução da justiça. É crime”, avaliou Bolsonaro.

O presidente também atacou o ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, e disse que não havia mais como "acreditar que as urnas são invioláveis". De acordo com o tribunal, a investida criminosa não pôs em risco a integridade das eleições. 

Informações sigilosas

A investigação foi autorizada em agosto pelo STF a pedido do TSE. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, determinou o afastamento do delegado federal Victor Feitosa e fez requerimento para que a Polícia Federal instaurasse processo administrativo disciplinar para apurar possível “divulgação de segredo” por parte do profissional.

Na ocasião, todos os ministros da Corte Eleitoral assinaram a medida que pediu abertura de investigação sobre a atitude do presidente. "Há indícios, portanto, de que informações e dados sigilosos e reservados do Tribunal Superior Eleitoral tenham sido divulgados, sem justa causa, inicialmente pelo delegado de Polícia Federal, e, na sequência, pelo deputado federal Felipe Barros e pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro", afirma o documento.


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