População canta Hino Nacional na chegada do corpo de Jango

População canta Hino Nacional na chegada do corpo de Jango

Caixão do ex-presidente foi coberto com bandeira do Brasil para novo velório

Correio do Povo

Corpo de Jango chega à igreja e população canta Hino Nacional

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Os restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango, foram acomodados no centro da Igreja São Francisco Borja, em São Borja, seu caixão coberto com uma bandeira do Brasil. Após gritos de "Jango, Jango", os presentes começaram espontaneamente a cantar o Hino Nacional, com o local tomado pela população e familiares do ex-governante, por volta das 14h30min desta sexta-feira.

Depois do Hino, uma fila se formou para que todos pudessem chegar perto do esquife. Escolhido pela família Goulart, o padre Irineu Neto Guedes Machado lembrou que o templo onde o presidente foi homenageado teve grande parte da construção custeada por Jango e familiares. "Nossas famílias sempre foram próximas,e Jango um referencial para nós. É um momento único para o país, o desejo dele de um novo Brasil está muito presente na população", comentou.

O desembarque do corpo na terra natal do ex-presidente ocorreu no início da tarde desta sexta-feira, pouco antes das 13h. O voo tinha previsão para chegar às 11h, mas atrasou. Ainda nesta tarde,irá ocorrer o novo sepultamento do ex-político.

Depois de uma rápida cerimônia com honras de chefe de Estado, os restos mortais seguiram acompanhados pela população, um grande cortejo, rumo à igreja. Por volta das 16h, o cortejo deve seguir rumo ao cemitério Jardim da Paz pelo mesmo caminho feito em 1976. Lá, a cerimônia será reservada para familiares e convidados.

A exumação dos restos mortais de Jango faz parte da investigação da Comissão Nacional da Verdade sobre a morte do ex-presidente. Deposto pelo regime militar, Goulart morreu no exílio, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976. A Comissão da Verdade analisa a possibilidade de o ex-presidente, que oficialmente teve como causa da morte um ataque cardíaco, ter sido assassinado no período da ditadura militar, na chamada Operação Condor, um plano organizado pelas ditaduras do Cone Sul para perseguir opositores.

No dia 14 de novembro, os restos mortais do ex-presidente foram recebidos com honras militares, em cerimônia que contou com a participação da presidenta Dilma Rousseff e dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor.

Para a cerimônia de reinumação (novo enterro) foi decretado feriado no município. O novo enterro será acompanhado pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, por integrantes da Comissão da verdade, pela viúva Maria Thereza, os filhos João Vicente e Denize e os netos de Goulart.


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