Por aclamação, deputado Alceu Moreira é eleito presidente do PMDB do RS
O cargo de 1º vice-presidente ficou com o ex-vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo
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O evento se estendeu por mais de seis horas e foi marcado pela estratégia de parte da cúpula partidária de inserir na programação extensos painéis sobre a necessidade da reforma da Previdência, explanados pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e pelo vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi. As exposições tomaram quase toda a parte da manhã, gerando protestos no auditório lotado. “É convenção do partido ou o quê?”, “Vieram aqui defender o indefensável”, ouvia-se entre as fileiras. Em determinado momento, o deputado estadual Edson Brum, próximo ao palco, advertiu o mestre de cerimônias: “Não é sobre isso que eu vou falar não.”
No momento em que Padilha se dispôs a responder as perguntas, “sem limitações”, a resistência da base partidária com a reforma que o governo Michel Temer aponta como sua prioridade número um ficou mais evidente. “Eu gostaria de saber se a reforma vai incluir todos os senadores e deputados federais”, perguntou uma delegada. “Vamos terminar com as funções gratificadas no serviço público?”, questionou outro. Melo, que agora é vice-presidente, foi direto ao ponto. “Será que não seria melhor o governo se concentrar em uma reforma do setor público e deixar o regime geral? Desejo também informações sobre que ações estão sendo feitas sobre a sonegação de contribuições previdenciárias de empresas. E gostaria de saber por que o governo insiste na paridade de idade entre homens e mulheres”, emendou.
Padilha e Perondi se demoraram nas respostas, mas repetiram dados que vem sendo rechaçados por parte dos pesquisadores e, entre parlamentares, tanto pela oposição como por integrantes da base governista. “No mundo inteiro as regras são de igualdade entre homens e mulheres, com exceção de alguns países da África e América Latina”, respondeu Padilha. “A sonegação é um mito”, rebateu Perondi. Na sequência, completou: “Países ricos pagam abaixo do salário mínimo. Nós pagamos acima. Se o Congresso quiser, nós abaixamos.” O teor das falas do deputado e o tempo que ele utilizou para as respostas acabaram gerando constrangimentos na mesa, e sinais de lideranças que estavam fora do palco para que Souza, que conduzia os trabalhos, passasse à fase seguinte, de tribuna para as lideranças partidárias.
Foi então que a convenção deslanchou. As falas do ex-governador Germano Rigotto, que se lançou pré-candidato à presidência da República, e do governador José Ivo Sartori, que conclamou o partido à unidade, animaram o auditório, diminuindo a tensão. Várias lideranças lançaram o nome de Sartori à reeleição. Com o humor que lhe é característico, o governador, fora do microfone, a certa altura disparou, rindo: “quando lançam assim é pra queimar”. Os recados cifrados caracterizaram as manifestações na cúpula. O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, disse no palco que Rigotto é seu candidato ao Senado. Na saída do evento, questionado sobre o pré-lançamento à presidência, respondeu. “Ah, é verdade, se o Michel não for, só dois têm condições de ir: o Rigotto ou o Paulo Hartung.”
Nova diretoria do PMDB do RS
Presidente: Alceu Moreira
1º Vice-presidente: Sebastião Melo
2º Vice-presidente: Regina Perondi
3º Vice-presidente: Marco Alba
Secretário-Geral: Gabriel Souza
Secretário-Adjunto: Beto Fantinel
Tesoureiro: Luís Roberto Ponte
2º Tesoureiro: Gil Almeida
1º Vogal: Eliseu Padilha
2º Vogal: Cezar Schirmer
3º Vogal: Giovani Feltes
4º Vogal: Ibsen Pinheiro
1º Suplente: Tiago Simon
2º Suplente: Susan Maciel
3º Suplente: Tânia da Silva
4º Suplente: Guto Scherer
