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Verão

Especial

Porto Alegre implora por mudanças radicais, defende Marchezan

Prefeito analisou a cidade e seu primeiro ano de governo

Nelson Marchezan Júnior em entrevista à Rádio Guaíba | Foto: Alina Souza
Prestes a fechar um ano de governo, o prefeito Nelson Marchezan Júnior diagnosticou Porto Alegre como uma cidade pobre, com dificuldades financeiras e onde as pessoas vivem cada vez pior. Em entrevista à Rádio Guaíba, na tarde desta quinta-feira, Júnior ressaltou que a única solução para Porto Alegre voltar a crescer são as reformas estruturais.

“Temos uma situação insustentável. A cidade real empobreceu, temos 200 mil pessoas vivendo em condições subumanas. A máquina pública está falida e a cidade implora por mudanças radicais”, analisou o prefeito.

Marchezan disse ainda que termina o ano com a certeza de que alterações – como a reforma do IPTU – precisam ser realizadas e que, apesar do cansaço, está mais motivado para melhorar a cidade e “a vida das pessoas reais”. Considerou 2017 um bom ano e acredita que, com o término deste primeiro período após sua eleição, pode conseguir apoio na Câmara dos Vereadores.

“Hoje tenho convicção que temos que fazer reformas. O que poderia ser feito de reorganização já foi realizado e já temos resultados. Mas o que vai mudar a vida das pessoas e o futuro da minha cidade é a reorganização - como a do IPTU, de despesas com pessoal e a busca por recursos. Só isso elimina quase a totalidade da pobreza”, disse.

Projeto do IPTU

O projeto de alteração do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é uma bandeira que o governo seguirá levantando durante o ano de 2018. Apesar de o aumento do imposto e mudanças na cobrança não terem sido aprovadas pela Câmara de Vereadores, o prefeito acredita que o projeto é essencial, pois "trará justiça aos mais pobres" e ajudará Porto Alegre a crescer.

Questionado se flexibilizaria o texto para conseguir apoio, Marchezan disse que o projeto encaminhado ao Legislativo já tem sugestões dos vereadores e já sofreu mudanças. "Só que o conceito está pronto: precisamos atualizar a planta”. “Vamos trabalhar para que o projeto busque a justiça mais rápido. Porto Alegre não tem jeito sem reforma. Se continuar assim, os mais pobres vão sofrer cada vez mais”, destacou.

O prefeito disse ainda que o orçamento participativo precisa ser reformulado. “Ainda não sei como. Mas hoje o orçamento só empilha demandas, precisamos tratar disso falando de receita e despesa, para poder entregar as obras, por exemplo, à cidade”.

Carris


Uma das polêmicas do governo de Marchezan foi a situação da Carris – empresa pública de transporte coletivo. Durante o ano, o prefeito disse que a situação da empresa “é insustentável” e que precisa ser privatizada.

Durante entrevista desta quinta-feira, Marchezan garantiu que se o mercado tivesse interesse na Carris, a empresa já teria sido vendida. “Continua pública porque não tem quem comprar”, disse. De acordo com ele, a Carris custa R$ 150 milhões por ano e só fatura R$ 90 milhões. “Para pagar o que falta, precisamos tirar dinheiro da saúde, educação. Isso é injustificável”.

Assim como a Carris, Marchezan disse que a situação do Dmae também é insustentável. “40% do esgoto de Porto Alegre é jogado in natura na cidade. Isso não é aceitável do ponto de vista de desenvolvimento sustentável, humano e de saúde pública”. Para o prefeito, o ideal seria uma parceira público-privada que garantisse o investimento no setor.

Vereadores

Questionado sobre se realmente teria chamado os vereadores de Porto Alegre de “cagões” em congresso do Movimento Brasil Livre (MBL), em São Paulo, em novembro deste ano, Marchezan refutou a informação.

O prefeito explicou que na palestra estava analisando a política mundial e que teria afirmado que "os parlamentos são cagões", mas que – em nenhum momento – se referia aos vereadores e a Câmara de Porto Alegre. "E são (cagões) mesmo. Mas isso não é pessoal, são os parlamentos do mundo inteiro", garantiu. “Fui parlamentar por dez anos, e posso falar mesmo.”

Como exemplo, disse que o presidente Michel Temer está “penando” para realizar reformas no País, assim como o governador José Ivo Sartori está tendo dificuldades para fazer reformas no Rio Grande do Sul e que ele enfrentará os mesmos percalços para mudar Porto Alegre, devido aos parlamentos.

“Uma característica dos parlamentares é que são suscetíveis às galerias e qualquer parlamentar tem a tendência de atender o seu eleitorado e não toda a população”, exemplificou.

Correio do Povo