Posição do Simpa é "infantil", afirma Marchezan sobre paralisação

Posição do Simpa é "infantil", afirma Marchezan sobre paralisação

Prefeito alega que pagamento dos salários em dia é "demanda impossível" por conta das finanças de Porto Alegre

Henrique Massaro

Municipários montaram acampamento em frente à prefeitura

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A greve dos servidores municipais de Porto Alegre, que nesta terça-feira chega ao 28º dia, parece que não terá fim tão cedo. Enquanto o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) coloca a total retirada dos projetos da prefeitura da Câmara de Vereadores como condição para terminar a paralisação, o Executivo continua mantendo firme sua posição de querer aprová-los integralmente. “A posição do Sindicato é infantil, porque o pagamento dos salários em dia, que é uma das revindicações, é uma demanda impossível”, rebateu o prefeito, Nelson Marchezan Jr, ao explicar que o motivo do atraso salarial é uma inadequação das finanças do município.

A correção desse problema, segundo ele, está justamente prevista nos projetos encaminhados à Câmara. “Nós vamos manter os projetos e trabalhar para que sejam votados, aprovados na sua integralidade e ampliados no seu conteúdo para que a gente possa ter um plano de carreira que valorize os melhores servidores”, completou o prefeito.

Os municipários estiveram pela manhã em frente ao Paço Municipal, onde montaram acampamento. A categoria permanece paralisada e tem previsão de realizar assembleia no dia 7 de novembro, a menos que, antes disso, ocorra alguma proposta por parte do governo. Apesar de serem de categorias diferentes, os servidores municipais se uniram aos da área da Saúde ligados à Beneficência Portuguesa de Porto Alegre em frente à entidade.

A diretora de Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Oneia Machado, disse que a categoria decidiu em assembleia apoiar a causa dos trabalhadores. Segundo ela, o Sindicato defende o serviço publico, as políticas públicas e a luta dos trabalhadores. Por isso, escolheu fazer um ato de solidariedade.

A instituição, segundo afirmam os sindicatos responsáveis, está há quatro meses sem pagar salários e com todos os leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) fechados. “A situação dos municipários não é diferente da nossa”, apontou o presidente do Sindisaúde, Arlindo Ritter, sobre a adesão dos servidores municipais à causa da categoria. De acordo com ele, a Beneficência vive uma crise administrativa e corre o risco de perder seus cerca de 160 leitos SUS. Todos eles, afirma Ritter, estão fechados e atualmente há apenas sete pacientes internados no hospital em leitos particulares e de convênios.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Estevão Finger, afirmou que a Beneficência está sem medicamentos anti-hipertensivos, anticoagulantes e antibióticos. Disse ainda que, na segunda-feira, o refeitório da instituição foi interditado pela vigilância sanitária. A categoria afirma que o hospital corre riscos devido a uma má administração que vem sendo feita e pede a intervenção do município para que a entidade se torne 100% SUS. A Beneficência Portuguesa informou que a única pessoa responsável para tratar dos assuntos era seu presidente, que não estava disponível para entrevistas.

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