PP coloca em curso plano de campanha de Heinze

PP coloca em curso plano de campanha de Heinze

Na corrida ao Piratini, senador vai adotar perfil 'popular', ampliar presença na região Metropolitana e comparar 'entregas'

Flavia Bemfica

Luis Carlos Heinze participou do programa Esfera Pública

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Após definir todos os nomes da chapa majoritária com a qual vai disputar a eleição regional, o PP gaúcho, que enfrenta no Estado uma corrida de bastidores acirrada com o PL na disputa pelo eleitorado à direita, vai colocar em curso a estratégia que pretende usar para tentar fazer seu pré-candidato ao governo, o senador Luis Carlos Heinze, bater o postulante do PL ao Piratini, o deputado federal Onyx Lorenzoni. A estratégia inclui pelo menos três pontos principais: aumentar a presença na região Metropolitana da Capital, que os adversários apontam como área onde o senador teria menos inserção; dar à candidatura um perfil "popular", de atendimento aos “mais necessitados”; e comparar “entregas” feitas por Heinze e por Onyx ao RS nos últimos quatro anos.

A atenção à região Metropolitana ficou evidente na última quarta-feira, quando Heinze anunciou a pré-candidata ao Senado na chapa, a vereadora de Porto Alegre, Nádia Gerhard (PP). Com Nádia, além de mirar eleitores identificados com setores da segurança, o senador passou a contar com duas vereadoras da Capital na chapa. A escolha da vice, a vereadora Tanise Sabino (PTB), já trazia embutido também o plano para alcançar melhor a região Metropolitana, em conjunto com a outra prioridade, a de colocar Heinze como um pré-candidato preocupado com questões sociais e assistenciais. Além de a vereadora ser da área da saúde, ela é casada com o deputado estadual e pastor Elizandro Sabino. O PTB, partido de ambos, mesmo que hoje combalido pelas disputas internas que resultaram na saída de uma série de lideranças, é conhecido tanto pela forte presença na região Metropolitana como por seu perfil popular.

Nos bastidores do PP, contudo, a maior expectativa é em relação ao terceiro ponto, a comparação objetiva dos trabalhos de Heinze e de Onyx. O objetivo é fazer com que Onyx, que por enquanto “joga parado”, seja obrigado a se expor mais, desencadeando um embate mais direto, no qual Heinze pretende ‘cravar’ sucessivas comparações, seja na destinação de recursos, seja no atendimento de demandas específicas para diferentes áreas e cidades. O clima acirrado já é evidente nas manifestações de lideranças progressistas, que há meses precisam negar boatos de que Heinze poderia desistir da candidatura. “Não desiste. Vou dizer de novo: é irreversível. E vou dizer também, com todo o respeito aos demais: a diferença do Heinze são as entregas que ele faz à população. Ele tem entregas em todos os 497 municípios do Estado. Que outro candidato tem isso?”, desafia o presidente do PP gaúcho, Celso Bernardi.

Estratégia do 'largar na frente' visa combater boatos sobre desistência

Como também ficou claro na apresentação da chapa completa da eleição majoritária no RS, o PP vai seguir adotando o plano de ‘largar na frente’ nas decisões da campanha. O partido foi o primeiro a anunciar o pré-candidato ao governo, ainda em junho do ano passado, o primeiro a informar a vice da chapa, e, agora, o primeiro a definir o nome para o Senado. A legenda também já marcou a convenção que vai oficializar todos os seus candidatos nas eleições de 2022. Será em 30 de julho, no auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa.

O adiantamento, desde o início, visava evitar que se repetisse o que aconteceu em 2018, deixando rachaduras consideráveis no partido. Naquele ano, Heinze lançou a pré-candidatura ao governo, mas precisou recuar após negociações nacionais e locais do PP com o PSDB, e foi para a disputa ao Senado, na qual acabou ficando em primeira colocação. Na sequência, o adiantamento seguiu como forma de barrar os movimentos para que PP fizesse uma composição na qual perderia a cabeça de chapa, deixando Onyx Lorenzoni como palanque único do presidente Jair Bolsonaro (PL) no RS.

Agora, as definições antecipadas aos demais concorrentes visam não só acabar com dúvidas sobre se uma composição ainda é possível, mas, também, minimizar a perda recente do Republicanos para a chapa de Onyx, e tentar estabelecer Heinze como o palanque “mais firme” e, nas palavras de um deputado do PP, “com menos pressão” para Bolsonaro no RS. “Não posso escolher adversário. O que posso dizer é que tenho uma base muito estruturada, um partido organizado em todo o Estado e que, com isto, estou conseguindo alinhar a campanha toda. Sobre o presidente, é claro que ele vai subir (no palanque do PP)”, elenca o senador.

 


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