Prefeito de Porto Alegre chama manifestantes de "baderneiros"

Prefeito de Porto Alegre chama manifestantes de "baderneiros"

José Fortunati solicitará na Justiça ressarcimento de danos

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Protesto ocorreu no Centro de Porto Alegre

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O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, falou nesta quinta-feira à rádio Guaíba sobre a manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus que terminou em tumulto na noite dessa quarta-feira. Na opinião do chefe do Executivo, as imagens captadas pelo Centro Integrado de Comando (Ceic) revelam um ato de "baderneiros."

• Ouça: Prefeito criticou comportamento no protesto
• Ouça: Segundo Fortunati, câmeras de monitoramento podem identificar culpados

Fortunati afirmou que os manifestantes premeditaram a confusão. “O ato foi um atentado ao estado democrático de direito. Ninguém vem para uma manifestação pacífica carregando pedaços de madeira, taquara, bolinhas de vidro e tinta”, afirmou em coletiva no Paço Municipal nesta quinta-feira.

Além do Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil, uma notícia crime será entregue ainda hoje ao Ministério Público, com informações sobre o caso. “Ela está centrada no dano ao patrimônio público e cultural, qualificado pelos atos de violência”, explicou o procurador-geral do município, João Batista Linck Figueira.

O prefeito espera que os autores dos ataques, que deixaram feridas pelo menos três pessoas, entre elas  secretário de Governança Local, Cezar Busatto, sejam identificados e punidos. “As imagens são muito claras. Eles simplesmente atacaram o patrimônio, quebraram vidros. Fizeram vandalismo e provocaram a confusão”, salientou.

"Atacaram o Busatto, quando estávamos desarmados. Sempre estivemos abertos”, observou o prefeito. Segundo ele, os gestores municipais estão acostumados com protestos, que ocorrem rotineiramente. “Como não entramos na confusão, eles ficaram desarmados e nos atacaram. O ato não é contra o prefeito. É contra a cidade. Essas pessoas não entenderam o significado de democracia. Daqui a pouco estão colocando fogo em ônibus. Não vamos nos calar”, declarou.

Outras manifestações estão previstas para a próxima semana e Fortunati ressaltou que o prédio continuará cercado, com reforço na segurança. O Paço Municipal amanheceu pichado e com vidros quebrados. Logo cedo, uma equipe fez a limpeza e tentou minimizar os estragos. O comandante da 1ª Companhia do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Euclídes Neto, declarou que devido à frequência dos protestos na região central, o número de policiais foi aumentado na área.

Série de protestos

A série de protestos que ocorre desde sexta-feira, em Porto Alegre, foi motivada pelo aumento das tarifa do ônibus em Porto Alegre – que passou de R$ 2,85 para R$ 3,05. Fortunati disse que o valor não é o ideal, mas é o que a legislação prevê. "A população não reclama de outros aumentos, como o quilo do feijão, que subiu 50% em 2012". Salientou que está sendo preparada uma licitação para o transporte público, o que não ocorre há 24 anos, segundo o vereador Pedro Ruas (PSol), líder da oposição na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Fortunati disse que está sendo verificada a tabela de cálculo utilizada para aumentar o preço da tarifa na Capital. Afirmou que o trabalho ocorre há mais de três meses. O prefeito admitiu que a passagem é cara, mas está enfrentando o problema de "peito aberto" e não vai fazer "proselitismo" com o preço.

Segundo Fortunati, os líderes da manifestação dessa quarta-feira são os mesmos do protesto ocorrido em outubro do ano passado, quando foi esvaziado o boneco inflável Tatu-Bola, mascote da Copa do Mundo de 2014, que estava no Largo Glênio Peres, no Centro da Capital. O prefeito acredita que os manifestantes são ligados a partidos políticos "mais do que conhecidos".



Com informações dos repórteres Karina Reif e Jerônimo Pires

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