Prefeitura atribui cancelamento da reunião com municipários a mal-entendido
Sindicato pretendia discutir educação, ponto eletrônico e horas extras; Executivo queria falar das finanças
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Depois de apresentar os dados financeiros à imprensa na última segunda-feira, a prefeitura planejava fazer o mesmo com os representantes do Simpa e, em seguida, debater os possíveis - e prováveis - atrasos salariais do funcionalismo. O prefeito introduziu a situação e, antes de passar a palavra ao secretário da Fazenda, Leonardo Busatto, foi interrompido pelo diretor-geral do Simpa, Alberto Terres. Ele explicou que a categoria desejava falar sobre os decretos da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e do ponto eletrônico, além da substituição de Funções Gratificadas (FGs) e falta de pagamento de horas extras.
O mal-entendido pode ter ocorrido devido ao contato telefônico feito entre prefeitura e Simpa. De acordo com Terres, após a conversa por telefone, o Sindicato encaminou um ofício ao Executivo na manhã passada manifestando a pauta de interesse, pois, logo após a reunião, haveria uma assembleia da categoria para discutir as questões. Já o ofício da prefeitura, segundo ele, chegou apenas no final da tarde. “Isso vai rebater na assembleia com uma certa decepção e indignação, porque são pontos fundamentais para a categoria”, disse Terres.
Marchezan disse que pautas específicas devem ser tratadas com as devidas secretarias e, por isso, a Educação não pôde ser discutida. O prefeito ainda disse que a reunião do Fluxo de Caixa será reagendada. “A gente entende que o Sindicato quer se preparar, porque a pauta realmente é dificil, árdua e a situaçao é muito grave. Até desejamos que o Simpa possa trazer o maior número de elementos que ele tenha sobre essa situação”, afirmou.
Mesmo com a reunião sobre as finanças não ocorrendo, o diretor-geral do Simpa disse ser um “terrorismo” o que o prefeito tem feito ao dizer que não pagará salários. Ainda de acordo com Terres, a categoria não entende que a situação da prefeitura seja pior que a do Estado e que, mesmo existindo dificuldades, isso não significa que não se tenha recursos para pagar o funcionalismo.
O prefeito, por sua vez, deixou claro que os salários devem ser, sim, diretamente afetados. “As dívidas que foram deixadas são imensamente superiores às receitas deste ano. É inevitável o parcelamento, o atraso na folha de pagamento e outras dispesas”, declarou Marchezan.
Na segunda-feira, durante apresentação do Fluxo de Caixa feita pelo secretário Leonardo Busatto, foi apontado um déficit previsto em R$ 732 milhões. Mesmo com ações pontuais, que possibilitaram economizar R$ 90 milhões, houve uma queda de receitas de R$ 7 milhões. Desta forma, a previsão é de que falte dinheiro a partir do mês de maio.