Prefeitura revoga contrato com clínica e desiste de sacrificar até 300 cães em Porto Alegre
Medida decorre de proibição judicial para eutanásia de animais suspeitos de terem leishmaniose na Capital
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Em comunicado do Diário Oficial, o secretário Erno Harzheim justificou, ainda, que a comoção popular contou para o caso. Protestos foram realizados e centenas de pessoas assinaram uma petição online, solicitando a suspensão da eutanásia. Questionada pela reportagem, a pasta ainda não informou quanto custou a rescisão do contrato.
A polêmica em torno do sacrifício de cães começou no início de maio quando foram notificados casos de leishmaniose em Porto Alegre. Três mortes foram registradas no município. A partir disso, a prefeitura decidiu contratar uma clínica veterinária para exterminar animais com suspeita da doença. A leishmaniose é causada pelo protozoário Leishmania infantum e transmitida pela picada do mosquito-palha, atingindo cães e humanos, em especial.
A prefeitura voltou atrás após protestos de protetores e da medida judicial que impediu o sacrifício dos animais, a partir de um pedido da deputada estadual Regina Becker Fortunati (Rede), ex-secretária dos Direitos Animais de Porto Alegre. Em metade de maio, cerca de 30 cães permaneciam na unidade de Medicina Veterinária da Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda), em canis isolados com tela que não permite a entrada do mosquito-palha, vetor de transmissão.
O inseto pica um animal contaminado, e passa a leishmaniose ao infectar outro animal ou ser humano. Em pessoas, a doença pode ser curada. Já em animais, não existe vacina, embora o tratamento da infecção seja possível.