Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais fala em 'traição' do governo

Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais fala em 'traição' do governo

Marcos Camargo reclamou de falta de apoio do governo para retirar os profissionais da segurança pública do alcance das medidas de ajuste fiscal previstas na PEC Emergencial

AE

Categoria queria incluir por meio de uma emenda uma exceção para que profissionais da área continuassem tendo progressões e reajustes

publicidade

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, classificou de "traição" a falta de apoio do governo para retirar os profissionais da segurança pública do alcance das medidas de ajuste fiscal previstas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, como o congelamento de salários. Segundo ele, é "incoerente" o presidente Jair Bolsonaro dizer que quer ajudar a categoria após o próprio governo ter orientado pela rejeição de uma mudança no Senado que beneficiaria a classe dos policiais.

A categoria queria incluir por meio de uma emenda uma exceção para que profissionais da área continuassem tendo progressões e reajustes. "Não sei qual foi a intenção, mas não foi coerente com a visão de quem quer ajudar", disse Camargo.

Na terça-feira, o presidente recebeu o relator da PEC, deputado Daniel Freitas (PSL-SC), no Palácio do Planalto. Mais tarde, Bolsonaro disse que três dispositivos poderiam ser retirados e dar origem a uma PEC paralela. "Falei com o relator, que ele é o soberano, que ele poderia correr o risco de não aprovar se não mexesse em três artigos. Eram cinco, passamos para três buscando a negociação", afirmou na ocasião.

O coordenador da chamada bancada da bala, deputado Capitão Augusto (PL-SP), chegou a celebrar a sinalização do presidente. "Se não viesse a ordem de lá, não sei como seria. Agora, não sei como ele vai fazer", disse. a equipe econômica entrou em campo para tentar reverter a articulação e, até o momento, obteve sucesso. O relator apresentou parecer mantendo o mesmo texto da PEC emergencial já aprovado no Senado - ou seja, com todas as categorias sob alcance dos gatilhos.

O temor era que qualquer alteração, além de fragilizar as contrapartidas que restaram após a desidratação que já ocorreu até aqui, atrasasse ainda mais a tramitação da proposta. Para a APCF, o debate da PEC emergencial está sendo feito de forma "açodada", sem a devida discussão. O governo, por sua vez, argumenta que as contrapartidas de ajuste fiscal são necessárias para fazer frente ao gasto adicional com a nova rodada do auxílio emergencial.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895