Procuradora-geral pede a Fachin que torne réu ministro do TCU

Procuradora-geral pede a Fachin que torne réu ministro do TCU

Aroldo Cedraz foi acusado de tráfico de influência em obras da Usina de Angra III

AE

Raquel Dodge pediu a Fachin que torne réu ministro do TCU

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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que receba a denúncia e abra ação penal contra o ministro do Tribunal de Contas da União Aroldo Cedraz e seu filho Tiago Cedraz por tráfico de influência em obras da Usina de Angra III. Os dois são acusados de receber propina para influenciar em processos no TCU em benefício do consórcio Angramon, liderado pela UTC Engenharia. 

A procuradora-geral também reforçou pedido cautelar para o afastamento de Aroldo Cedraz da Corte de Contas. A denúncia foi oferecida em outubro do ano passado. Após a apresentação da acusação, os advogados pediram que ela não fosse recebida. Na quinta-feira, a procuradora-geral enviou a Fachin manifestação rebatendo os requerimentos das defesas. 

Segundo a Procuradoria, "Tiago Cedraz pediu propinas a Ricardo Pessoa, presidente da UTC, líder do consórcio Angramon, sob o pretexto de influenciar em atos a serem praticados pelo relator na Corte de Contas de dois processos instaurados, em razão do processo licitatório e da execução das obras para a montagem eletromecânica da usina nuclear". 

Para tanto, Tiago Cedraz teria recebido, de junho de 2012 a setembro de 2014, mesada de R$ 50 mil e pagamento extra de R$ 100 mil - parte dos valores teria sido repassada ao seu pai. "No período de 2012 a 2014, os dados bancários de ambos também comprovaram existência de relacionamento financeiro entre eles, elemento importante para a constatação de que atuavam em unidade de desígnios na prática criminosa", disse a Procuradoria na denúncia. 

Defesas

O advogado Luís Henrique Machado, que representa Aroldo Cedraz, afirmou que "causa estranheza" a acusação. "Não há interceptação telefônica, telemática, busca e apreensão, absolutamente nenhuma prova que levante suspeita sobre os seus atos como magistrado. Gera perplexidade o ímpeto persecutório do Ministério Público Federal", disse. 

A reportagem não localizou o advogado de Tiago Cedraz. Nos autos, a defesa pediu para que a denúncia seja rejeitada por "manifesta ausência de base empírica". "A denúncia permitiu-se tecer considerações inapropriadas acerca dos dados financeiros de Aroldo Cedraz e Tiago Cedraz, ainda que nenhuma irregularidade tenha sido reconhecida pelos peritos que cuidaram da análise dos dados", afirmou na ocasião.


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