Procuradoria da Câmara vai recorrer de liminar que barrou escola sem partido

Procuradoria da Câmara vai recorrer de liminar que barrou escola sem partido

Matéria foi votada pelos vereadores de Porto Alegre em 19 de dezembro

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

Nagelstein é o autor da matéria que barra suposta "doutrinação" no ensino

publicidade

A Procuradoria da Câmara Municipal de Porto Alegre vai recorrer à Justiça para tentar validar o resultado da sessão plenária que aprovou, na semana passada, o projeto “escola sem partido”. Na sexta-feira passada, o Legislativo recebeu a decisão judicial que anulou a votação. Em sessão extraordinária, realizada em 19 de dezembro, a proposta do vereador Valter Nagelsten (MDB) passou em plenário, de forma conturbada e com quórum próximo do mínimo necessário, sem a presença da oposição. O texto teve apoio unânime dos 19 parlamentares presentes.

Na liminar, a juíza Vera Letícia de Vargas Stein anulou o resultado da votação ao apontar ausência de uma audiência pública para debater o tema. Nagelsten garante, porém, que dois encontros foram realizados para discutir o “Escola Sem Partido”. A Câmara pode recorrer da decisão até 20 de janeiro. A Procuradoria da Casa ainda estuda se pede uma reconsideração da liminar ou aciona o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). O departamento jurídico do Legislativo assegura que a sessão plenária ocorreu dentro da normalidade e levando em consideração a realização de uma audiência sobre o tema. A Procuradoria não entra no mérito do conteúdo do projeto.

De acordo com Nagelstein, a proposta busca evitar a tentativa de doutrinação ideológica do ensino por profissionais cuja filiação político-partidária possa ser colocada a serviço de uma causa menor que a própria educação em si. O vereador defende que crianças e jovens não possuem elementos que os protejam de condutas de ensino “desprovidas de ética” por parte de quem deve, “por obrigação moral, privilegiar a transmissão do conhecimento educacional isento e que garanta a equidade e pluralismo de ideias”.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895