Professores se mobilizam em Porto Alegre antes de votação de projeto sobre o piso do magistério

Professores se mobilizam em Porto Alegre antes de votação de projeto sobre o piso do magistério

Grupo reivindica reajuste de 14,95% nos salários

Felipe Faleiro

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Servidores ligados ao Cpers Sindicato e movimentos sociais realizam um protesto nesta terça-feira pela manhã na Praça da Matriz, junto à Assembleia Legislativa e o Palácio Piratini, no Centro Histórico de Porto Alegre. O ato teve como objetivo pressionar o governador Eduardo Leite e os parlamentares a colocar em pauta o percentual de reajuste no salário de 14,95% para todos os funcionários de escolas, como professores e funcionários, tanto ativos como aposentados.

O valor, correspondente à elevação do Piso Nacional do Magistério para 2023, é superior aos 9,45% apresentados pelo Executivo ao próprio sindicato em fevereiro, e que serão votados no Legislativo estadual na tarde de hoje. A mobilização pacífica reuniu centenas de educadores e outros servidores de diferentes pontos do Estado. Faixas e cartazes foram colocados nos gradis em frente aos edifícios públicos. O Cpers afirma que há espaço no Orçamento para elevar o aumento inicialmente proposto. 

“Tivemos duas audiências com o governo, porém não conseguimos avançar. Temos recebido várias reclamações por parte da categoria aposentada, por exemplo, dizendo que não está conseguindo mais ter uma sobrevida com este salário atual”, disse a tesoureira-geral do Cpers, Rosane Zan. O governo, por sua vez, alega que, com o reajuste previsto, todos os docentes da rede estadual receberão o novo piso, cujo valor é de R$ 4.420,55 para 40 horas semanais, e que o impacto orçamentário da medida levada à Assembleia é de R$ 430 milhões neste ano. 

No entanto, além do percentual inferior, o sindicato afirma que nem todos os representantes da categoria serão cobertos pelo aumento, ficando de fora, por exemplo, demais trabalhadores dos colégios e aposentados sem paridade, ou seja, aqueles que recebem os mesmos valores e reajustes dos servidores da ativa. O ato estava previsto para iniciar às 9h, mas devido a congestionamentos em vias de acesso ao Centro Histórico, as falas no trio elétrico utilizado na mobilização começaram somente por volta das 10h. 

Ainda no final da manhã, vans com manifestantes de outras partes do RS se juntaram aos demais manifestantes. De acordo com o 1º vice-presidente do Cpers, Alex Saratt, a mobilização foi um ato de sensibilização. “A lei do Piso estabelece 14,95%, e não 9,45%, e precisa ser pago na integralidade para efetivamente produzir a valorização salarial e profissional”, pontuou ele. Tanto Saratt quanto Rosane salientaram que, caso o projeto não passe, haverá reuniões e assembleias do Cpers para discussão dos próximos passos da categoria. “Porém, acreditamos sim que é possível avançar na nossa proposta e garantir a integralidade”, disse o vice-presidente.

 

 


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