Propina é prática corriqueira de Bendine, diz Moro
Ex-presidente da Petrobras é suspeito de receber R$ 3 milhões em propina Odebrecht
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Bendine e os irmãos André Gustavo e Antonio Cláudio Vieira da Silva, seus supostos operadores financeiros, foram presos temporariamente na quinta-feira pela Operação Cobra, 42.ª fase da Lava Jato. O ex-presidente da Petrobras é suspeito de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht.
Para o magistrado, é "especialmente assustador" que Bendine tenha recebido duas parcelas de propina em 24 de junho de 2015 e 1º de julho de 2015, "após a efetivação da prisão preventiva do presidente do Grupo Odebrecht (Marcelo Odebrecht) em 19 de junho de 2015". O juiz da Lava Jato citou, na decisão, um trecho do diálogo travado pelo empresário Joesley Batista e pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). A conversa foi gravada por Joesley e entregue à Procurador-Geral da República como parte do acordo de delação premiada do executivo.
"Também relevantes, mais recentemente, o fato de o empresário Joesley Batista, em diálogo gravado, teria indicado o nome de Aldemir Bendine para a Presidência da Vale em troca de compensação financeira a seu grupo e a agentes políticos, acordo criminoso este que contaria com o conhecimento de Aldemir Bendine", lembrou Moro. "Essa sucessão de fatos sugere que a solicitação e o recebimento de vantagem indevida por Aldemir Bendine não foram algo ocasional em sua vida profissional, mas uma prática corriqueira."
Em seu depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira, Bendine negou que tenha recebido propina de R$ 3 milhões da Odebrecht. Ele afirmou que não recebeu valores ilícitos de qualquer empresa.