Prorrogar auxílio por dois meses vai permitir retorno seguro ao trabalho, diz Guedes

Prorrogar auxílio por dois meses vai permitir retorno seguro ao trabalho, diz Guedes

Governo decidiu pelo pagamento de mais duas parcelas de R$ 300 a trabalhadores informais

AE

Ministro Paulo Guedes afirmou durante o anúncio que parcelas de R$ 300 darão um "retorno seguro ao trabalho"

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, considera que a extensão do auxílio emergencial por mais dois meses, em julho e agosto, marcará o período necessário para que haja uma organização do "retorno seguro ao trabalho", seguindo protocolos internacionais. O comentário foi feito durante reunião ministerial no Palácio da Alvorada, nesta terça-feira, transmitida ao vivo pela TV Brasil.

No início da semana, o governo bateu o martelo e decidiu pagar mais duas parcelas de R$ 300 aos trabalhadores informais - além das três primeiras parcelas inicialmente aprovadas, de R$ 600, com vigência até julho. O programa já concedeu o benefício a 58,6 milhões de brasileiros.

"O primeiro passo, vamos lançar essa camada de proteção, com a extensão do auxílio emergencial por dois meses, enquanto isso organiza-se a volta, o retorno seguro ao trabalho, dentro dos bons protocolos", disse o ministro no encontro.

Segundo Guedes, o governo espera que "nesses 60 dias haja uma organização de retorno seguro ao trabalho". "Depois entramos em uma fase, finalmente, de decolarmos novamente atravessando as duas ondas. Esse é o desafio", declarou.

Na segunda-feira, Guedes sinalizou que o governo apresentará um novo formato do Bolsa Família, que passaria a se chamar Renda Brasil. Ele fez uma breve explicação do que seria o programa de auxílio para famílias de baixa renda em reunião com outros ministros e lideranças partidárias.

Segundo o ministro, a intenção seria tirar faixas da população da linha de pobreza após a pandemia do novo coronavírus, mas não deu detalhes sobre valores e prazos para lançamento. A prorrogação do auxílio emergencial deve ser um primeiro passo na direção da discussão mais ampla sobre a criação de uma renda básica no Brasil.

Como mostrou o Estadão recentemente, a equipe econômica quer atrelar esse debate a uma revisão de gastos sociais considerados ineficientes. Na mira dos técnicos estão gastos como abono salarial, seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período de reprodução dos peixes, quando a pesca é proibida) e farmácia popular.

Na área econômica, a avaliação é de que esse debate deve começar, mas “sem pressa”. A ideia é discutir detalhadamente como melhorar a alocação dos recursos que já existem no Orçamento para fortalecer as políticas sociais e melhorar a distribuição de renda. Alguns dos benefícios existentes hoje, como o próprio abono ou a farmácia popular, acabam contemplando inclusive famílias de renda mais alta.


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