Protesto termina em confronto em frente ao Congresso

Protesto termina em confronto em frente ao Congresso

Manifestantes são contra projeto que regulamenta e amplia a terceirização

Correio do Povo

Policiais montaram três cordões de isolamento para impedir os manifestantes de se aproximarem da entrada do Congresso

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* Com informações das Agência Brasil, Agência Câmara e AE

A manifestação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outras centrais sindicais na tarde desta terça-feira em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, termiou em confronto com a polícia. O ato protesta contra uma possível aprovação do projeto de lei que que regulamenta a terceirização em qualquer atividade em empresas. 

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Os policiais montaram três cordões de isolamento para impedir os manifestantes de se aproximarem da entrada do Congresso. Os manifestantes jogaram pedaços de madeiras e cones de sinalização. Os militares reagiram com spray de pimenta e cassetetes. Um manifestante ficou ferido e outro foi detido.

Um dos manifestantes foi atendido pelo Departamento Médico da Câmara, com ferimentos na cabeça. Há outros dois manifestantes e um policial feridos sob atendimento do Demed. O deputado Vicentinho (PT-SP) também precisou de atendimento médico depois de ser atingido por spray de pimenta. O deputado Lincoln Portela também (PR/MG) foi atingido por spray de pimenta.

Neste momento, os manifestantes permanecem em frente ao Congresso e os policiais militares fazem uma barreira para impedir que eles entrem na Casa Legislativa. As lideranças sindicais que estão no alto de um carro de som pedem tranquilidade e que evitem o confronto com os policiais.

Depois de um momento tenso, a manifestação segue em clima mais tranquilo em frente ao Congresso. O presidente do Sindieletro de Minas Gerais, Jobert de Paula, criticou a atuação da Polícia. "Queremos que a Polícia Legislativa responda pelo que ocorreu hoje na Câmara dos Deputados", disse.

 Mais cedo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que votará a todo custo o projeto de lei que regulamenta a terceirização em qualquer atividade em empresas públicas e privadas. "Nesta Casa, não existe o projeto estar ou não estar maduro. O que torna um projeto maduro é colocar em pauta. Então, superada a votação da medida provisória (que tranca a pauta), só terá essa pauta na semana e (sessões) extraordinárias quantas forem necessárias até quinta-feira de noite. Só vai para outra pauta depois de superada essa, nem que fique a semana inteira sem votar nada", afirmou Cunha.

Hoje, a lei permite a terceirização apenas das atividades-meio. Contrariando o governo, o PMDB defende o projeto que estende essa possibilidade também às atividades-fim. Um exemplo: hoje, uma universidade pode terceirizar o serviço de faxina. Pela nova lei, o professor também poderia ser terceirizado. "Esse ponto de atividade-fim, atividade-meio, se não tratar no projeto, é melhor nem fazer", afirmou Cunha. Outro ponto de discussão é sobre quem será o responsável por recolher a contribuição sindical. "Esse é o grande problema da discussão, com quem fica o dinheiro", afirmou.

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