Protestos para exigir impeachment de Dilma perdem força

Protestos para exigir impeachment de Dilma perdem força

Milhares foram às ruas, mas manifestações ficaram muito abaixo das anteriores

AFP

Em Brasília, cerca de 6.000 manifestantes caminharam até o Congresso

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Milhares de brasileiros foram às ruas neste domingo pela quarta vez no ano para exigir a destituição da presidente Dilma Rousseff, mas sem conseguir reunir um apoio maciço que causasse preocupação. "O tempo está demonstrando a incapacidade da Dilma de governar o país, está levando o país pro buraco. Há elementos para o impeachment, a presidente fez muitas manobras fiscais" ilegais, relatou o engenheiro Adriano de Queiroz, de 36 anos, enquanto protestava em Brasília.
 
A série de protestos deste domingo pelo impeachment não reuniu o mesmo número de pessoas das manifestações anteriores. Os organizadores justificaram a fraca participação pela convocação em cima da hora, há 15 dias. "Esperamos muito menos gente hoje porque nas outras manifestações tivemos dois ou três meses para nos organizar. A de hoje é um sinal de que a população está voltando às ruas, que está muito atenta ao processo de impeachment", disse Kim Kataguiri, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, durante o ato em São Paulo. "Vamos marcar a data para a próxima manifestação, que será no ano que vem e vai igualar as outras três que já fizemos", garantiu.

O número de manifestantes em São Paulo não batem entre as diferentes organizações que convocaram o protesto, que falam de 50 mil até 500 mil. A polícia estima que 30 mil foram à marcha na avenida Paulista. O item mais chamativo do protesto na capital paulista era um pato gigante que há semanas enfeita a entrada da sede da Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp), acompanhado da legenda "Não vou pagar o pato", e onde todos queriam tirar uma foto. 

"Estar aqui hoje é muito importante para que o Brasil se livre de um projeto criminoso, que usa dinheiro da corrupção nas estatais para comprar votos dos parlamentares. Eles se vendem por dinheiro e perpetuam a corrupção no poder", disse o engenheiro Ricardo Santos, de 54 anos, acompanhado do cachorro - vestido de amarelo.

Em Brasília, cerca de 6 mil manifestantes caminharam até o Congresso e cercaram um gigantesco boneco inflável de Dilma com um grande nariz apelidado de "Dilmentiras". Depois fizeram um enterro simbólico da presidente e do Partido dos Trabalhadores. Os organizadores estimaram uma participação de 30.000 pessoas. A polícia se preparou para receber 60 mil manifestantes em Brasília, mas contabilizou apenas 6.000.

No Rio de Janeiro, cerca de 80.000 pessoas - segundo os organizadores, que inicialmente falavam em 6.000 - desafiaram o forte calor e o sol brilhante do meio dia para pedir a saída de Dilma em frente à praia de Copacabana, enquanto outras pessoas aproveitavam para tomar banho de mar e pegar sol. "Estamos aqui com a esperança de que sem Dilma vai ser melhor. É que pior do que está não fica. Sob o comando de Dilma, o país só piorou", disse Armando Curado, um aposentado de 70 anos.

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