PSDB não pensa na hipótese da eleição indireta, afirma Fernando Henrique Cardoso

PSDB não pensa na hipótese da eleição indireta, afirma Fernando Henrique Cardoso

Ex-presidente da República disse que eleito pelo Congresso teria pouca legitimidade

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Ex-presidente da República disse que eleito pelo Congresso teria pouca legitimidade

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O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta quinta-feira, afirmou que o PSDB não é favorável a realização de eleição indireta, o que pode ocorrer caso a chapa Dilma-Temer seja cassada no Tribunal Superior Eleitoral e os recursos negados no Supremo. "O PSDB não está pensando na hipótese da eleição indireta. Ele acredita que o Temer vá até o final do seu mandato".

Foi o próprio partido que ingressou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa Dilma-Temer. Hoje, o PSDB integra a base do governo Temer, até mesmo com ministro. Recentemente, o partido retirou a responsabilidade do então vice-presidente Michel Temer da ação. Questionado sobre os motivos desta decisão, FHC respondeu que os advogados do PSDB verificaram ao longo do processo de realmente não havia atos de Temer que justificassem sua cassação.

Sobre a ação protocolada pelo PSDB, que exige a cassação da chapa Dilma-Temer, FHC reconheceu que existe a possibilidade de o TSE desmembrar o julgamento da presidente e do vice ao lembrar que a própria Justiça Eleitoral já cassou de forma distinta políticos em Roraima. “Juridicamente a separação da chapa é possível. Não sou advogado, mas eu vi que o Tribunal agiu de modo variável, pois em prefeituras a chapa (inteira) toda foi cassada e, em Roraima, cassou o titular e o vice não”, recordou.

Para o ex-presidente, uma eleição indireta traria mais instabilidade ao país. Ele questionou a legitimidade de alguém escolhido por um Congresso repleto de parlamentares citados e denunciados em esquemas de corrupção.

“Qualquer que seja o eleito escolhido pelo Congresso, terá um fiapo de legitimidade, menor ainda do que tem o vice-presidente, que está lá por força da Constituição. Uma eleição direta já implica em mudar a Constituição – e isso leva meses. Nós precisamos ter mais juízo e bom senso e entender que é melhor nos preparamos para uma eleição bem feita em 2018”, defende.

Cenário para 2018

Perguntado sobre quem seria o candidato do partido em 2018, FHC respondeu que vai depender primeiro do efeito da Operação Lava Jato sobre os políticos até lá e o momento em que os concorrentes estiverem para levar o Brasil adiante. Ele salientou que ninguém nasce, mas pode se transformar em estadista.

Reformas

FHC apóia a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer. No entanto, fez uma ressalva. "As reformas nunca passam no Congresso totalmente como o governo deseja." Ele entende como fundamental fazer uma mudança para conter o rombo no orçamento. "O foco tem que ser diminuir desiguldades e acabar com privilégios e negociar com todos os setores envolvidos."

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