PT quer que União banque gastos de Lula durante a transição

PT quer que União banque gastos de Lula durante a transição

Governo federal reservou R$ 3,216 milhões no Orçamento deste ano para custear passagem de uma gestão federal para outra

R7

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O PT vai pedir ao governo federal que as despesas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva sejam pagam com os recursos da União. No Orçamento deste ano, R$ 3,216 milhões estão reservados para bancar os custos com a transição do governo. O pedido será feita quando o petista voltar ao Brasil.

A iniciativa ocorre após Lula ter viajado para o Egito no jatinho do empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp e dono da QSaúde, empresas que atuam na área de saúde privada. A carona para participar da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP27, foi alvo de críticas da oposição e até de aliados.

"Vamos requerer que seus deslocamentos e estadia em Brasília sejam feitos pelo Estado brasileiro. Ele é o presidente eleito", afirmou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Até agora, segundo a assessoria de Lula, os custos com transporte, alimentação e hospedagem do presidente eleito têm sido pagos pelo PT.

O uso de recursos públicos para bancar a equipe de transição está previsto em lei desde 2002. O que não está claro, porém, é se gastos do presidente eleito com viagens e hospedagem podem ser incluídos. Na quarta-feira, o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) apresentou um projeto de lei que regulamenta o gabinete de transição, com o objetivo de garantir o custeio do transporte do presidente e vice eleitos.

Carona em jatinho rendeu polêmica

Na sexta-feira, Lula disse que ficará agradecido se o empresário José Seripieri Junior, fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp, preso em julho de 2020 em um desdobramento da Operação Lava Jato, oferecer mais caronas no jatinho particular dele.

Nesta semana, Serpieri levou Lula ao Egito para que o presidente eleito participasse da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27). O petista disse que aceitou a carona porque não teria como bancar as despesas com a viagem para o país africano.

"Fui convidado pelos governadores da Amazônia para ir à COP27, mas os estados não podiam arcar com a minha despesa. Fui convidado pelo presidente do Egito, mas ele também não pagaria a minha despesa. E eu tinha um amigo que queria ir à COP e tinha um avião, e eu fui com ele. Um avião novo, de boa qualidade, com muita segurança. É importante lembrar que o presidente eleito tem que cuidar da sua segurança. Segurança é uma coisa séria, e quem tem responsabilidade de cuidar somos nós", afirmou.

"Sou grato ao meu amigo que foi comigo e emprestou o avião. E espero que ele esteja disposto em outras oportunidades, antes de eu assumir como presidente, porque depois eu não vou poder. Se eu tiver uma viagem e ele quiser me emprestar (o jatinho), eu vou agradecer", acrescentou.


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