Putin assina decreto para aumentar tamanho das Forças Armadas russas

Putin assina decreto para aumentar tamanho das Forças Armadas russas

Total deve chegar em 2 milhões a partir do próximo ano

AE

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Com seu Exército atolado na guerra contra a Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou, nesta quinta-feira, um decreto que aumenta o tamanho das Forças Armadas em 137 mil homens e mulheres, elevando o total para mais de 2 milhões a partir do próximo ano. Não está claro se o aumento será feito por meio de recrutamentos ou por voluntários, já que Moscou tem tido dificuldades em reforçar suas tropas.

O decreto estipula que pouco mais da metade - 1,15 milhão - será de militares. O restante será de membros civis. Uma ordem anterior colocava o número de militares em mais de 1,9 milhão, incluindo 1 milhão de soldados, no início de 2018. A ordem, que entra em vigor em 1.º de janeiro, não especifica se os militares reforçarão suas fileiras convocando um número maior de recrutas, aumentando o número de soldados voluntários ou usando uma combinação de ambos. Alguns analistas militares russos acreditam que a expansão dependerá de voluntários, pois o Kremlin tem tido uma posição cautelosa em aumentar o alistamento enquanto tenta passar para a população uma imagem de normalidade no conflito.

Embora desfrute de uma superioridade significativa em artilharia e mísseis de longa distância, as forças russas não conseguiram capturar territórios significativos desde o início de julho, quando a cidade de Lisichansk, na região de Luhansk, caiu. As tropas russas concentram sua ofensiva no leste e no sul da Ucrânia, depois que fracassaram ao tentar capturar a capital, Kiev.

Analistas militares e repórteres atribuem a desaceleração da ofensiva russa à falta de mão de obra. As estimativas ocidentais de russos mortos variaram de 15 mil a 20 mil soldados - mais do que a União Soviética perdeu durante sua guerra de dez anos no Afeganistão.

O Pentágono disse, na semana passada, que cerca de 80 mil soldados russos foram mortos ou feridos, prejudicando a capacidade de Moscou de conduzir grandes ofensivas. O governo russo não fornece números atualizados de baixas.

Nos últimos meses, a Rússia tem lutado para recrutar voluntários para servir na Ucrânia, no que alguns analistas chamam de "mobilização furtiva". Todos os homens russos com idades entre 18 e 27 anos devem servir um ano às Forças Armadas, mas uma grande parte evita o recrutamento por motivos de saúde ou adiamentos concedidos a estudantes universitários. O Exército também tem soldados de carreira que servem sob contrato, incluindo mulheres.

Os militares russos reúnem recrutas duas vezes por ano, em 1º de abril e 1º de outubro. Putin ordenou a convocação de 134,5 mil novos efetivos durante o último recrutamento, no início deste ano, e 127,5 mil em outubro do ano passado.

Até agora, Putin evitou adotar o recrutamento obrigatório em massa para ampliar o número de soldados para a guerra na Ucrânia. Uma razão é que declarar um projeto nacional destruiria o verniz de normalidade que o Kremlin conseguiu manter, apesar das sanções econômicas e dos combates contínuos.

Em vez disso, as autoridades russas têm atraído voluntários para o combate, oferecendo grandes incentivos em dinheiro e outros privilégios. Em maio, Putin também assinou uma lei que eliminou o limite de idade de 40 anos para soldados contratados. Outra estratégia tem sido a contratação de militares privados, também chamados de mercenários, como o conhecido Grupo Wagner.


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