Reforma da previdência de Porto Alegre não tem data para ser votada

Reforma da previdência de Porto Alegre não tem data para ser votada

Sem os votos necessários, vereadores da base retiraram quórum da sessão desta quarta-feira

Flávia Simões*

Sem os votos, governo municipal promete alíquotas máximas

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A fim de ganhar tempo para conquistar o último voto necessário para aprovação da Reforma da Previdência em Porto Alegre, o governo decidiu adiar a votação do projeto mais uma vez. Apesar do tema ser citado tanto da base quanto da oposição, na sessão desta quarta-feira na Câmara de Vereadores, o texto segue sem previsão de ser votado. Para aumentar a pressão e tentar conquistar o 24º voto, o governo  municipal, como já havia anunciado, protocolou a emenda que altera, para o limite máximo, as alíquotas dos servidores ativos, inativos e pensionistas.

Na última sessão, na segunda-feira, o prefeito Sebastião Melo (MDB), que estava na Casa, já havia informado que daria "um tempo a mais" para discussão da matéria e, na ocasião, afirmou se mesmo assim a reforma fosse rejeitada, o projeto de lei complementar (que já tramita na Câmara) que eleva as alíquotas seria a "saída mais difícil". A medida é considerada como uma "última cartada", segundo o líder do governo, Idenir Cecchim (MDB). Mesmo assim, ele garantiu que o debate seguirá, porém, com “mais tranquilidade” em função da emenda das alíquotas. 

Reconheceu que o desafio é conquistar o último voto necessário para a reforma. Por ser uma mudança à lei Orgânica, são necessários 24 votos. Entre as possibilidades estão os vereadores do PDT, Mauro Zacher e Márcio Bins Ely, presidente da Casa, que foram orientados, pela executiva municipal do partido, a votarem contra o projeto, além do vereador Airto Ferronato (PSB), que já garantiu que não seria o 24º. 

Conforme material divulgado pela prefeitura, a emenda define valores de 14% até 22% aos servidores, inclusive para aqueles que, no atual sistema, não pagam. Segundo divulgado pela prefeitura, com a aprovação da lei complementar, apenas 72 servidores ficariam isentos, por ganharem até um salário mínimo; 5.746 pagariam 14%; 6043, que ganham acima do teto, passariam a contribuir com alíquotas de 22%.  

A reforma

O projeto enviado pelo Executivo prevê, entre outros, uma elevação na idade mínima para aposentadoria e no tempo de contribuição. A nova proposta reduz, de 35 para 25 anos o tempo de contribuição, desde que os beneficiários tenham alcançado a dade mínima e tenha, pelo menos, 10 anos no serviço público e cinco no cargo. A reforma atinge apenas aqueles servidores que ingressarem na prefeitura após a aprovação da proposta. Aqueles que já trabalham no serviço público terão regras mais brandas, estabelecidas por uma subemenda. 

Regras gerais:

  • Homens: 65 anos de idade, mínimo 25 anos de contribuição, sendo pelo menos 10 anos no serviço público e cinco no cargo.
  •  Mulheres: 62 anos de idade, mínimo 25 anos de contribuição, sendo pelo menos 10 anos no serviço público e cinco no cargo.
  • Professores: 60 anos de idade, mínimo 25 anos de contribuição, sendo pelo menos 10 anos no serviço público e cinco no cargo.
  •  Professoras: 57 anos de idade, mínimo 25 anos de contribuição, sendo pelo menos 10 anos no serviço público e cinco no cargo.

As regras de transição, bem como demais informações, podem ser conferidas na cartilha disponilizada pela prefeitura, disponível aqui.

*Sob supervisão de Mauren Xavier


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