Reforma tributária será pauta da Marcha dos Prefeitos em Brasília

Reforma tributária será pauta da Marcha dos Prefeitos em Brasília

Evento completa 25 anos com número recorde de participantes, entre eles Sebastião Melo

Felipe Nabinger

Prefeitos estarão em Brasília de 27 a 30 de março

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Em uma edição que marca os 25 anos do evento e conta com mais de dez mil chefes de executivo municipal inscritos, a Marcha dos Prefeitos ocorre a partir de segunda-feira, em Brasília, tendo como principais pautas a revisão do pacto federativo e, principalmente, a reforma tributária.

Durante quatro dias, os anseios municipalistas serão abordados com a presença de ministros e parlamentares no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). 

Na terça-feira,  às 14 horas, os prefeitos recebem o secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e o relator do grupo de trabalho que analisa o tema na Câmara, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), em um dos movimentos mais importantantes da edição deste ano.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM), organizadora da Marcha, trata como "inegociável" a mudança da incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS) do consumo da origem.

Um dos prefeitos que teme a perda de autonimia sobre os recursos do ISS e impacto negativo na arrecadação municipal nas propostas defendidas pelo governo federal é Sebastião Melo (MDB), chefe do Executivo de Porto Alegre.

"O melhor caminho é construir uma proposta que respeite a autonomia municipal. O cidadão não mora na União ou nos estados, ele vive nos municípios", defendeu o prefeito da Capital em reunião com Appy, na última terça-feira. 

Melo viajará a Brasília, onde participa de uma homenagem aos 251 anos de Porto Alegre promovida na Câmara pelo deputado federal Osmar Terra (MDB) e também do evento municipalista.

Atualmente, tramitam no Congresso a PEC 45/2019, na Câmara, e as PECs 110/2019 e 46/2022, essa última conhecida como Simplifica Já e que tem despertado maior simpatia entre prefeitos.

“Os prefeitos não são contra a reforma, temos de desmistificar essa visão de que são contra, a maioria é a favor. Os pequenos (municípios) sabem onde aperta a concentração”, afirmou o presidente da CNM e criador da Marcha, o gaúcho Paulo Ziulkoski, em reunião com o grupo que discute a reforma na Câmara, em Brasília, no começo da semana.

Entre os pontos defendidos pela CNM para a Reforma Tributária estão evitar perdas aos municípios, maior participação destes no bolo tributário, fortalecimento do impostos sobre o patrimônio.

Na linha de criação de um novo imposto unificado, prevista com diferentes nuances nas PECs que tramitam, a proposta defendida pela confederação é que a cota-parte pertencentes aos municípios seja dividida 60% de acordo com a população, 5% em partes iguais entre todos e 35% conforme lei estadual.


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