Relatório da LDO permite que emendas antigas sejam irrigadas por mais verbas federais

Relatório da LDO permite que emendas antigas sejam irrigadas por mais verbas federais

Deputado Danilo Forte afirma que fez a alteração tendo em vista a "indústria das obras paradas"

AE

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O relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), afirma que deverá permitir que as emendas parlamentares antigas, de 2019 a 2022, poderão ser suplementadas por mais recursos federais, o que hoje é vedado. Não existe atualmente a previsão de reajuste de valores de emendas parlamentares.

Ele afirma que fez a alteração tendo em vista a "indústria das obras paradas". "São milhares de obras paradas que dão prejuízo. É melhor ter a possibilidade de adequar o orçamento, suplementando para concluir a obra, do que deixar a obra abandonada, que é prejuízo na certa", afirmou.

O parlamentar também está esticando o prazo de validade das emendas antigas. Um decreto baixado pelo governo no início do mês ditava um calendário para o cancelamento de emendas que ainda não foram pagas. Pela norma, as de 2019 e 2020 serão canceladas até março, e as 2021, até junho. Em seu relatório, o deputado está empurrando para dezembro de 2024 a validade de todas elas.

"Emendas que perderam a validação, a gente vai renovar a validação. Lógico: se estiver tudo dentro dos parâmetros. E vamos abrir espaço para a possibilidade de complementação financeira naquelas em que os orçamentos ficaram defasados, seja pela pandemia ou pela inflação", disse. "Por exemplo, uma obra era 100, agora com a inflação é 120, o Parlamento vai poder colocar uma emenda para suplementar os 20 que estão faltando."

A permissão consta do relatório que deverá ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta semana. A expectativa era que a votação ocorresse nesta terça-feira, 12, mas o governo resiste a alguns pontos. Também tentava negociar, no fim da tarde desta segunda, ajustes no texto com o relator, como a retirada da imposição de um calendário para o pagamento de emendas e a inclusão das verbas do Sistema S no Orçamento federal.

Sobre a revalidação das emendas desde 2019, Forte afirma que o Planalto aceitou a previsão no texto da LDO, apesar do decreto de Lula. "A lei é mais forte do que o decreto. Eles não só toparam como sugeriram, inclusive", disse Forte.

O deputado afirma que a extensão da validade das emendas funcionará, por exemplo, nas administradas pela Funasa, seu reduto político. Neste ano, diz o parlamentar, R$ 2,9 bilhões em emendas que foram para a Funasa estão empoçados em razão da mudança na governança da entidade - o governo tentou extinguir a fundação, que faz gastos com saneamento em pequenos municípios, mas recuou diante da insatisfação do Congresso.


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