Relator da Comissão de Ética vai propor dispensa da defesa de Delcídio

Relator da Comissão de Ética vai propor dispensa da defesa de Delcídio

Telmário Motta alega que senador está protelando sua defesa para ganhar tempo com atestados médicos

Agência Brasil

Relator da Comissão de Ética vai propor dispensa da defesa de Delcídio

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O relator do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, senador Telmário Mota (PDT-RR), disse nesta terça-feira que pretende começar a elaborar o relatório sobre o caso a partir desta quinta-feira, com ou sem o depoimento do senador Delcídio do Amaral (sem partido- MS).

Delcídio deveria fazer sua defesa ao colegiado e mais uma vez não deverá comparecer, amparado por mais um atestado médico.“A comissão poderá ouvi-lo, ou não, e eu vou propor dispensarmos a presença dele. Vamos julgá-lo em cima do que temos, temos dez dias para apesentar o relatório”, afirmou o relator.

Segundo o senador, o prazo leva em conta dias úteis, e passa a contar a partir desta quinta-feira. A proposta de Telmário – que deverá ser votada – é que o relatório seja feito com base na defesa preliminar já entregue ao Conselho de Ética pelo senador.

Novo atestado

Segundo a assessoria de Delcídio, o senador foi internado no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, onde será submetido hoje a duas intervenções cirúrgicas, uma de retirada da vesícula e outra de pólipos no intestino.

Para o relator Telmário Mota, está claro que Delcídio está fazendo tudo para protelar sua defesa e ganhar tempo. "Além da defesa presencial, já oferecemos a ele fazer a defesa por escrito ou a uma comissão que poderia ir até ele. Há ainda a possibilidade de ser por videoconferência, o que, das quatro opções, é a que está prevista no Código Penal para quem está enfermo”, destacou. O relator disse que nem o senador nem seus advogados responderam as alternativas.

Oficialmente, até o fechamento desta reportagem, a Secretaria-Geral da Mesa (SGR) do Senado e o Conselho de Ética. na Casa, ainda não haviam recebido nenhum novo atestado de Delcídio. O último apresentado, que tinha validade de 15 dias, termina amanhã. Por enquanto, a SGR diz que houve apenas um comunicado da defesa do senador, que não tem nenhum valor legal, informando sobre a cirurgia. O novo atestado será o quarto apresentado pelo senador à Casa e o terceiro ao Conselho de Ética. Os senadores cobram que Delcídio seja avaliado por uma junta médica.

Testemunhas

Em sua última reunião, na semana passada , o Conselho de Ética desistiu de ouvir como testemunhas do caso o ex-chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro e Bernardo Cerveró. Bernardo foi quem gravou a conversa com o senador, onde ele sugeria um plano de fuga e ajuda financeira a Nestor Cerveró, em troca dele não fazer acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. 

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