Relator que pediu cassação de Basegio vê estratégia de adiar votação como “tiro no pé”

Relator que pediu cassação de Basegio vê estratégia de adiar votação como “tiro no pé”

Advogado do deputado rebateu e afirmou que quem deu um "tiro" foi o companheiro de PDT, Enio Bacci

Rádio Guaíba

Enio Bacci considerou estratégia de Basegio como equivocada

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O relator que endossou o pedido do corregedor da Assembleia Legislativa de cassação do mandato do deputado Diógenes Basegio, do PDT, afirmou nesta segunda-feira que a estratégia da defesa do parlamentar é “um tiro no pé”. Na interpretação de Enio Bacci, também do PDT, o protelamento dos votos dos deputados da Comissão de Ética, para 31 de agosto, pode contar com o respaldo do encaminhamento criminal contra Basegio divulgado pelo Ministério Público.

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“Eu não tenho dúvida de que praticamente é um tiro no pé, seria mais interessante para a defesa o julgamento dos deputados antes do parecer do Ministério Público. Agora, os deputados preferiram dar mais tempo e eu sustento a importância de manter a coerência, se houve ilegalidade tem de haver punição, seja para o partido que for”, avaliou.

O advogado de Basegio solicitou um prazo para garantir a fundamentação da defesa por escrito e o relator argumentou que o ideal é que se faça explanação oral. Ricardo Giuliani, que defende o deputado trabalhista, reagiu às críticas sobre o planejamento adotado. “É claro que não dei um tiro no pé. Se formos falar em tiro, tem alvos mais graves. Quem deu um tiro na têmpora do seu companheiro de partido, tem nome e sobrenome. E se chama Enio Bacci”, rebateu.

Giuliani ainda esclareceu que o direito à defesa por escrito está no artigo 5º da Constituição, e que prefere esse modo para evitar falas vazias ou fomentar manchetes na imprensa.

Bacci ainda ponderou que a postura do MP revelou a gravidade das acusações, algumas delas não dimensionadas nos pareceres da Comissão de Ética. A expectativa é de que a ação sirva de exemplo. “Que isto sirva para moralizar a nossa política, se outros parlamentares agem assim, talvez deixem de praticar este ilícito”, projetou.

Ricardo Giulini voltou a garantir a inocência de Basegio, mas declarou que também espera que a mesma rigidez, adotada para o cliente dele, recaia sobre exemplos concretos de desvio de conduta na Assembleia Legislativa.

Dos 12 integrantes da Comissão, apenas dois não compareceram hoje para votar pela cassação ou não de Basegio: os deputados Gilberto Capoani, do PMDB, e Catarina Paladini, do PSB. A assessoria de Paladini informou que ele participou de uma audiência externa, em Pelotas, e que deve comparecer à votação remarcada para o final do mês. Já Enio Bacci confirmou que Capoani se declarou oficialmente impedido pelo fato de os filhos dele estudarem junto com os de Basegio.

Para que a votação seja realizada, é necessário um quórum de no mínimo sete parlamentares. Para que o pedido de cassação seja encaminhado a plenário são necessários sete votos favoráveis (maioria simples de um total de 12).

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