Relatora da CPMI do 8 de janeiro não acredita que Torres iria descartar "Minuta do Golpe"

Relatora da CPMI do 8 de janeiro não acredita que Torres iria descartar "Minuta do Golpe"

Ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, durante os atos antidemocráticos, também não explicou quem lhe deu os documentos

Correio do Povo / Agência Câmara de Notícias

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A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), não acredita na versão apresentada pelo ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, de que a “minuta do golpe”, encontrada em sua casa, fosse ser descartada.

“No documento do Ministério Público Federal, a PGR (Procuradoria-Geral da República), em um dos pontos diz o seguinte: ‘Não se trata de documento que seria jogado fora, estando, ao invés, muito bem guardado.", apontou a relatora.

O ex-ministro disse não se lembrar quem entregou o documento e que sequer conhece as condições em que o material foi produzido. Ainda segundo ele, a minuta de decreto golpista, apreendida em sua casa pela Polícia Federal no dia 10 de janeironão foi descartada por descuido. 

Em um momento do depoimento, o deputado Rafael Brito (MDB-AL) rebateu os argumentos de Torres. “O senhor manteve em sua casa uma minuta de golpe de Estado e o senhor disse que recebeu a minuta de alguém. Isso está confrontando com a perícia da Polícia Federal, que disse que na minuta só tinham três impressões digitais: a do senhor, a do delegado da Polícia Federal e a de um advogado do senhor."

Por isso, segundo Brito, Torres não recebeu a minuta de ninguém. "A não ser que a pessoa que lhe entregou a minuta estivesse usando luvas”, ironizou.

Brito ainda afirmou ainda que era dever do ministro “representar contra a ilegalidade” da minuta. Anderson Torres negou que tivesse imprimido o documento e disse que a perícia “deveria ter encontrado” outra digital.


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