Residência da família Campos vira centro do País

Residência da família Campos vira centro do País

Entre gaúchos do PSB, deputados Miki Breier, José Stedile e Catarina Paladini passaram pela casa

Gabriel Jacobsen/ Rádio Guaíba

Residência da família Campos vira centro do País

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A morte trágica e precoce de Eduardo Campos (PSB), além de embaralhar o cenário eleitoral, acabou por deslocar temporariamente o centro político do País das largas ruas de Brasília para a estreita e pacata via Luiz de Mota Silveira, zona Norte do Recife (PE). A rua para a qual Eduardo Campos não voltará se transformou no principal ponto de encontro de políticos ligados ao presidenciável, além de amigos e parentes que tentam consolar a família. Do lado de fora, dezenas de jornalistas de todo o Brasil tentam transmitir a dimensão da dor da família e, ainda mais difícil, capturar a constrangedora, mas inevitável, negociação política que acontece nos bastidores entre os visitantes da casa de dois andares da família Campos.

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Desde as primeiras horas da manhã desta quinta, e assim seguirá nesta sexta, não se passam mais de 30 minutos sem que haja saída e entrada de correligionários e caciques da coligação do PSB. Somente durante a missa particular realizada no fim da tarde, mais de cem pessoas se concentravam em torno da família Campos. 

Nos microfones, todos dizem que não é o momento de falar em política. Os que ainda não passaram pelo local, como a presidente Dilma e os demais presidenciáveis, tratam de ligar,  transmitindo condolências e tentando se integrar ao centro político da estreita rua da viúva Campos. Longe dos microfones, os políticos mais sinceros confessam que, além de afago, a casa é palco de conversas centrais para os rumos da disputa presidencial.

Ao chegarem ao bairro Morro Dois Irmãos, os políticos, amigos e parentes não são somente obrigados a cruzar com dezenas de microfones, mas também com a própria realidade brasileira, pois a pobreza anda de pés descalços pela mesma rua onde Campos morou por mais de 20 anos. Muitos dos que chegam são simultaneamente políticos e familiares, e o único irmão de Eduardo, Antônio, no fim da tarde desta quinta-feira, decretou por meio de uma carta aberta que, sim, aqui agora é o centro político do País. Isto porque conclamou correligionários de todo o Brasil a definir Marina Silva como cabeça de chapa, dizendo ter "convicção que essa seria a vontade de Eduardo".

Entre os gaúchos do PSB, os deputados Miki Breier, José Stedile e Catarina Paladini passaram pela casa durante a tarde. O deputado federal gaúcho Stedile destacou ainda a postura forte da mãe de Eduardo, que teria conclamado os correligionários a seguir a disputa e lutar pela vitória nas urnas em outubro.

Quando os restos mortais de Eduardo retornarem, provavelmente neste sábado, ao Recife, o ex-presidenciável conseguirá novamente deslocar o centro político do País para o centro do Recife: o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. Lá, quem sabe no domingo, Marina, Dilma, Aécio e quem mais puder interferir nos rumos das eleições, estarão concentrados para, simultaneamente, homenagear o pernambucano e ao mesmo tempo lutar pelo seu sonho: os próximos anos de Palácio do Planalto.

* O repórter Gabriel Jacobsen é enviado especial da Rádio Guaíba a Recife

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Confira a galeria de fotos do acidente:





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