Resultado da votação foi o que mais abalou Cunha, dizem aliados
Fontes revelaram que Cunha mal conseguiu dormir à noite por 450 votos a favor de cassação
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Fontes revelaram que Cunha mal conseguiu dormir à noite, de tão abalado com o resultado. Ainda assim, manteve o tom beligerante e com os poucos com quem conversou, continuou disparando contra os que o abandonaram. "Ele virou um cachorro molhado na chuva, prestes a se chacoalhar", comentou um aliado.
Horas após a sessão que interrompeu sua carreira política, Cunha ligou para o vice-líder da bancada do PMDB, Carlos Marun (MS), para agradecer. Marun foi o único a defender o ex-presidente da Câmara no plenário. "Já havia uma perspectiva de cassação, mas o placar foi muito ruim, me abalou também", afirmou Marun.
Durante a sessão, Cunha foi chamado de "bandido", "psicopata", "golpista" e "mafioso", principalmente pelos deputados da nova oposição. "Deve abalar, né? Mas ele se manteve firme", exaltou Marun. Em alguns momentos, o peemedebista embargou a voz e se emocionou ao apelar para os colegas, mas retomou o tom de enfrentamento, principalmente no final, quando acusou o governo Michel Temer de se associar ao PT para eleger Rodrigo Maia (DEM-RJ) e encampar a agenda da sua cassação.
Marun diz esperar que Cunha baixe o tom e saiu em defesa do Palácio do Planalto. "Não cabia ao governo enterrá-lo nem salvá-lo. O governo não interferiu", observou. Com a cassação, fontes acreditam que o peemedebista partirá para a delação premiada. Marun aposta que Cunha não tem o que delatar. "Delação é coisa de bandido. Só defendi ele porque entendo que ele não é bandido. Ele não tem o que delatar", declarou.
Perdas
A perda do mandato já foi publicada no Diário Oficial, o que permitiu a exoneração dos funcionários do gabinete do peemedebista. Cunha já perdeu o direito a segurança da Polícia Legislativa, uso do carro oficial da Câmara e terá de deixar o apartamento funcional em Brasília nos próximos 30 dias. Os custos da mudança para o Rio de Janeiro terão de ser arcados pelo ex-deputado.
Técnicos da Casa ainda têm dúvidas se como parlamentar cassado, Cunha terá direito ao plano de saúde e a previdência privada dos ex-parlamentares.