Retrospectiva 2016: O ano da crise em todas as instâncias dos Poderes

Retrospectiva 2016: O ano da crise em todas as instâncias dos Poderes

Impeachment de Dilma, Odebrecht e crise do governo Temer

Correio do Povo

Retrospectiva 2016: O ano da crise em todas as instâncias dos Poderes

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Crise. Esta é a palavra que resume o ano de 2016 no Brasil. Uma crise política, econômica e ética que atingiu os Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O processo de impeachment andou aos trancos e barrancos, mas em agosto de 2016, o Senado Federal condenou a presidente Dilma e ela foi afastada definitivamente do cargo. O afastamento provisório ocorreu em maio. Pressionada para renunciar, Dilma foi até o fim.

O vice Michel Temer tomou posse e montou seu ministério. Dias depois, Romero Jucá, ministro do Planejamento, anunciou a sua saída por ter seu nome envolvido na delação de Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro. O deputado Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, tentou barrar o seu processo por quebra de decoro no Conselho de Ética com manobras e uso do poder de presidente da Casa. Denunciado ao STF, foi afastado do cargo. O processo andou e sua cassação foi aprovada no plenário. Cunha caía. O ex-deputado ainda seria preso no âmbito da Operação Lava Jato. O juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, bloqueou bens e o transferiu para Curitiba.



A Operação Lava Jato continou atuante. Prendeu Palocci, ex-ministro dos governos Lula e Dilma. Prendeu Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro. Outro ex-governador do Rio, Anthony Garotinho também foi detido. O MPF denunciou o ex-presidente Lula como líder do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Renan Calheiros foi denunciado na Lava Jato e condenado por peculato pelo Supremo. Um dos ministros do STF determinou seu afastamento por liminar. Renan não acolheu. O caso foi para o plenário do Supremo. Renan ficou no cargo, mas saiu da linha sucessória da presidência. Preocupados com o avanço da PGR, MPF e da Polícia Federal, os deputados votaram o pacote anticorrupção proposto pelo MFP cheio de alterações. Os procuradores, revoltados, ameaçaram abandonar a Lava Jato.

Em Brasília a temperatura seguia fervendo. Debates e discussões acaloradas no Planalto, Câmara e Senado Federal. Protestos do lado de fora. Câmara invadida. O governo Temer não conseguiu destravar a economia, conter o desemprego e a recessão. Os juros até caíram - taxa Selic - depois de anos, mas a medida não surtiu efeito. Temer perdeu mais popularidade ainda com a proposta de congelar os gastos públicos por 20 anos (PEC do teto), aprovada na Câmara e no Senado e com o projeto da reforma da Previdência. Ele ainda propôs uma reforma no Ensino Médio através de uma Medida Provisória. O texto provocou reações contrárias e várias escolas foram ocupadas.

A crise não deu trégua. Mais cinco ministros perderam o cargo. Todos envolvidos em casos de corrupção. A delação da Odebrecht, enfim, chegou. E como furacão, destruiu tudo ao redor. Citou o núcleo do governo do presidente e ele mesmo, Temer, apareceu na lista.



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