Revista revela esquema para liberar registros sindicais no Ministério do Trabalho

Revista revela esquema para liberar registros sindicais no Ministério do Trabalho

Lobistas acertariam o pagamento das propinas para liberação

Correio do Povo

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Reportagem da Veja que chegou ontem às bancas revela um esquema para liberar registros sindicais no Ministério do Trabalho, que incluía o pagamento de propinas ao PTB e ao Solidariedade. De acordo com a reportagem da revista, lobistas acertavam o pagamento das propinas para que os registros fossem liberados. Os deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Paulinho da Força (SD-SP) são acusados de participação no esquema. Segundo a revista, a Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de investigação contra os parlamentares.

A reportagem, que apresenta vídeo e áudio, revela gravação dos lobistas Silvio de Assis e Verusca Peixoto nos quais eles cobrariam do empresário gaúcho Afonso Rodrigues de Carvalho, do setor de transportes, propinas de cerca de R$ 4 milhões para liberar uma licença (de registro sindical) que o empresário tentava obter desde 2012. O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), citado na gravação, nega qualquer envolvimento, diz sequer conhecer os lobistas e que a reportagem da revista faz “ilações infundadas e injustas ao relacionar dois agentes públicos filiados ao PTB”. Paulinho da Força não se manifestou a respeito. A reportagem conta que, no ano passado, o empresário quase conseguiu a licença para sua empresa, mas o processo acabou parado, e foi então que conheceu os dois lobistas, que pediram R$ 4 milhões para concluir o processo.

Os áudios aos quais a reportagem de Veja teve acesso foram gravados por Afonso e levados à Polícia Federal, que pediu ao empresário que continuasse as negociações com os lobistas. A revista mostra ainda que, após reclamar do valor alto da propina, o empresário conseguiu que o valor caísse para R$ 3,2 milhões, que seriam pagos sob a justificativa da contratação dos serviços de consultoria dos lobistas. O empresário chegou a entregar três cheques.

Ligações com políticos


O valor pedido pelos intermediários seria destinado ao pagamento de propina a técnicos e políticos. Um dos envolvidos seria o secretário de Relações do Trabalho, Carlos Lacerda, indicado ao cargo pelo presidente do Solidariedade, Paulinho da Força. Outro implicado seria o empresário Rogério Arantes, diretor do Incra e sobrinho do deputado Jovair Arantes. Rogério receberia R$ 1 milhão por interceder a favor do empresário Afonso Rodrigues de Carvalho. Ele falaria com Leonardo Arantes, outro sobrinho de Jovair, que é secretário-executivo do Ministério do Trabalho.

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