Rodrigo Maia defende acordo para votar Previdência

Rodrigo Maia defende acordo para votar Previdência

Presidente da Câmara participou de encontro com o governador Eduardo Leite em Porto Alegre

Luiz Sérgio Dibe

Presidente da Câmara participou de encontro com o governador Eduardo Leite em Porto Alegre

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Dem), declarou neste domingo, em passagem pela Capital gaúcha, que defenderá um modelo de reforma que estabeleça “justiça previdenciária” no Brasil. “Defendo uma reforma que reduza a injustiça do atual sistema, onde quem se aposenta aos 65 anos e ganha um salário mínimo financia aposentadorias de R$ 30 mil para outros brasileiros que se aposentam aos 55 anos”, afirmou.

Maia churrasqueou no galpão crioulo do Palácio Piratini, a convite do governador Eduardo Leite (PSDB), que reuniu parlamentares eleitos para a formação da nova bancada federal do RS e teve o reforço político do governador de São Paulo, João Dória Júnior (PSDB), para discutir temas como Regime de Recuperação Fiscal, créditos da Lei Kandir e regime para pagamento de precatórios.

No encontro, Rodrigo Maia disse acreditar no encaminhamento de uma proposta para a reforma da Previdência que seja pactuada entre a União, os Estados e o Parlamento federal. “O sistema que temos hoje favorece os ricos. Gostaria de encaminhar uma reforma completa, pactuada entre governo federal, Parlamento e Estados, sem excluir categorias. Sofri muito nas eleições porque defendi abertamente a reforma. Pena que ela não avançou, pois o governo passado perdeu as condições. Para mim, esta é uma pauta prioritária. Porém, sozinho, o governo federal terá dificuldade em encaminhar esta reforma”, assegurou, em bate-papo com jornalistas, após o almoço.

Antes, em fala para os convidados, Maia buscou comparar a dificuldade fiscal da União com a crise dos Estados. Destacou que a estimativa de déficit orçamentário no país é de R$ 130 bilhões e que a previsão de recursos próprios para investimentos é de R$ 30 bilhões, valor inferior ao saldo negativo da previdência social previsto para este ano, de cerca de R$ 50 bilhões.

“Os políticos no país vão precisar ter coragem. Temos que debater a questão da despesa pública e construir uma pauta fiscal conjunta. Tenho certeza que, com a reforma da Previdência e com mais segurança jurídica para o setor produtivo, os investimentos que ficaram represados voltarão a ocorrer no Brasil”, apontou Maia.

Governo do Estado

Para Eduardo Leite, o estabelecimento de uma agenda conjunta com a União pode representar o acesso a recursos necessários para a recuperação fiscal do Estado. “Estamos tomando medidas importantes de saneamento dos problemas fiscais, mas não somos uma ilha. Dependemos de como será a economia do Brasil nos próximos anos e dos debates feitos pelos parlamentares. Por isso, acreditamos numa agenda conjunta, em que a Lei Kandir pode ser uma forma de apoio aos Estados”, definiu o governador gaúcho.

Dória, que viajou para a Suíça a fim de acompanhar a participação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Fórum Econômico Mundial, declarou seu apoio à reeleição de Maia para a Presidência da Câmara e prometeu atuar para obter o voto da bancada paulista para reeleger o deputado carioca. 

Impacto 

Mesmo tendo sustentado que o governo federal, isoladamente, será incapaz de impulsionar uma proposta de reforma da Previdência no Congresso, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia evitou estabelecer qualquer comparação entre os fracassos da gestão de Michel Temer (MDB) e os eventuais obstáculos para a atual administração.

Ao ser questionado sobre a divulgação de dados pelo Coaf, que vão em direção ao filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), Maia buscou minimizar o potencial impacto sobre os encaminhamentos do Planalto para a Câmara. “O Flávio é um cara sério, que tem sua carreira política em ascensão pelo grande resultado obtido nas eleições. Não acredito que um vazamento de informação sobre investigação deva gerar um pré-julgamento sobre a pessoa dele e, mais ainda, que isso possa atrapalhar a discussão de importantes temas para o país”, argumentou Maia.

O presidente da Câmara defendeu o direito da realização de atos de defesa pelo filho do presidente e mencionou seu desejo de colocar uma proposta completa de reforma do sistema previdenciário na pauta do novo Parlamento ainda no primeiro semestre deste ano. “Estes vazamentos não podem ocorrer sem que a pessoa esteja organizada para sua defesa”, comentou.

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