Sérgio Moro revoga prisão de Guido Mantega

Sérgio Moro revoga prisão de Guido Mantega

Ex-ministro da Fazenda havia sido encaminhado para a sede da Polícia Federal em São Paulo

AE

Sérgio Moro revoga prisão de Guido Mantega

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Cerca de cinco horas depois de ser preso pela Polícia Federal na Operação Arquivo X, 34ª fase da Lava Jato, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teve a prisão revogada por ordem do juiz Sérgio Moro. Ao pedir a detenção de Mantega, a Procuradoria da República alegou ‘riscos à ordem pública’ e risco de destruição de provas. Ao mandar soltar Mantega, o juiz Moro destacou o quadro de saúde da mulher do ex-ministro. Para o magistrado, estão ‘esvaziados os riscos de interferência da colheita das provas nesse momento’.

A decisão do juiz da Lava Jato ocorreu após Mantega chegar à sede da Polícia Federal de São Paulo. O ex-ministro não chegou a prestar depoimento, mas nega enfaticamente ter solicitado R$ 5 milhões ao empresário Eike Batista. O dinheiro teria sido repassado por Eike para cobrir dívidas de campanha do PT. 

No despacho, Moro afirmou que:

“Sem embargo da gravidade dos fatos em apuração, noticiado que a prisão temporária foi efetivada na data de hoje quando o ex-Ministro acompanhava o cônjuge acometido de doença grave em cirurgia.

Tal fato era desconhecido da autoridade policial, Ministério Público Federal e deste Juízo.

Procedo de ofício, pela urgência, mas ciente de essa provavelmente seria também a posição do MPF e da autoridade policial."


"Assim, revogo a prisão temporária decretada contra Guido Mantega, sem prejuízo das demais medidas e a avaliação de medidas futuras.”


A prisão de Mantega

Mantega foi preso por volta das 7h desta quinta-feira. Ele não estava em casa porque cuidava da esposa, que passou por uma cirurgia no hospital Albert Einstein, em São Paulo. As investigações indicaram que, no ano de 2012, Mantega teria atuado diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de partido político da situação. Estes valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido.

Arquivo X

De acordo com a PF, os policiais cumprem 49 mandados judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão temporária e oito mandados de condução coercitiva em cidades nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal. Em Porto Alegre, um dos mandados foi cumprido no bairro Cristal.

A 34ª fase da Lava Jato foi chamada de Arquivo X e tem o objetivo de investigar fatos relacionados à contratação pela Petrobras de empresas para a construção de duas plataformas (P-67 e P-70) para a a exploração de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas Floating Storage Offloanding.

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