Sartori ouve pedidos do PP

A tarde dessa terça-feira, a mais agitada das últimas semanas no Centro de Treinamento da Procergs situado na silenciosa rua Mário Totta  onde ocorrem as reuniões dos grupos de transição do governador eleito José Ivo Sartori (PMDB). Além do PDT e da intensa circulação de técnicos e políticos que elaboram relatórios para Sartori, a passagem de dirigentes e lideranças partidárias quebrou a rotina de quem trabalhava naquele local.

Celso Bernardi, presidente estadual do PP, deixou a sede da Procergs depois de reunião reservada, considerando que houve avanços para que o partido que defendeu a candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) nas eleições, venha a integrar o governo eleito. “Estamos discutindo o organograma. Essa semana se resolve, com muita conversa”, despistou Bernardi, que esteve com Sartori acompanhado pelo líder da bancada do PP na Assembleia, Frederico Antunes.

Depois foi a vez de Cláudio Janta, presidente estadual do Solidariedade (SDD), debater com Sartori espaços no governo. Para lideranças do SDD, partido que busca ampliar seu espectro político na Região Metropolitana de Porto Alegre, vantajoso seria ter protagonismo em políticas públicas relacionadas com a área de Trabalho e Emprego.  Representantes do PTB estiveram, timidamente, no local.

PSDB aguarda por espaço

Uma reunião tensa na noite da última segunda-feira definiu a posição que a direção estadual do PSDB precisava para encaminhar o ingresso oficial ao governo de José Ivo Sartori (PMDB). As dúvidas ainda pairam sobre o tamanho do espaço que os tucanos receberão na administração de Sartori. 

Nessa terça-feira, o presidente do PSDB, deputado Adílson Troca, confirmou que o encontro com o governador eleito deve acontecer ainda esta semana. “A executiva do partido, com a presença de deputados, suplentes, prefeitos e vices, nos autorizou a participar do governo. Estamos esperando para conversar.”

Troca acrescentou que, além dos quatro votos que a bancada estadual tucana terá na próxima legislatura, o partido tem experiência de governo para contribuir. “Temos conhecimento de quem já foi governo, três vezes vice, e que teve o apoio do PMDB. Na oportunidade, o PMDB ofereceu seus quadros, agora é a nossa vez de nos colocar à disposição.” A próxima reunião com Sartori já deverá definir as secretarias à disposição do PSDB para indicação de nomes.

No entanto, nem todos os parlamentares estão satisfeitos com a definição costurada pela executiva. “Não adianta de nada ingressarmos no governo por cargos, sem participarmos efetivamente das decisões estruturais”, afirmou um deputado.