Secretária admite que projeto para extinção da Fundação Zoobotânica é ruim

Secretária admite que projeto para extinção da Fundação Zoobotânica é ruim

Ana Maria Pellini prometeu buscar alternativa para ajudar os servidores

Correio do Povo

Secretária Ana Maria Pellini conversou com os servidores e admitiu dificuldades

publicidade

Após realizar um protesto na manhã desta segunda-feira em Porto Alegre, servidores da Fundação Zoobotânica (FZB) e entidades de defesa ambiental conseguiram conversar com a secretária do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Ana Maria Pellini. Ela admitiu que o projeto enviado pelo governo à Assembleia Legislativa para cortar gastos e enfrentar a crise financeira do Estado é ruim e precisa ser modificado.

“O projeto é ruim e temos que rever essa posição. Temos que achar uma saída. Temos três alternativas para isso acontecer. Na prioridade, a retirada. A retirada da urgência ou um substitutivo. Realmente, o projeto como está não tem a menor condição de contribuir em nada para o serviço público. Estou empenhada em ajudar. Ajudar de alguma coisa que seja viável. Como disse, trabalhamos com as três alternativas. As manifestações que vocês fizeram são muito positivas, muito propositivas e pacíficas. A comunidade toda esta apoiando vocês pelo jeito da manifestação que é embasada, correta, traz argumentos e não está sendo agressiva. Desta forma, temos tudo para construir uma saída que ajude a todos”, declarou a secretária.

Pellini ressaltou sobre a importância da FZB e também da qualidade e conhecimento específico dos servidores. Entretanto, ela admitiu que órgão estadual tem dificuldades para realizar tarefas importantes para o meio ambiente pelo tamanho da equipe e sugeriu que os servidores sejam remanejados para o departamento. Porém, a ideia não foi bem recebida pelos manifestantes. “Não existe condição. A única seria a secretaria assumir todas as funções”, afirmou a secretária, vaiada após esta fala.

A secretaria ainda lembrou que o departamento de recursos hídricos também enfrenta dificuldades e não conhece o manancial do Estado. “Temos muita dificuldade para fazermos sozinhos. Não é pela minha vontade, mas temos um departamento de recursos hídricos 'desse tamanhinho', que tem que dar conta de água, que a gente não sabe quanta água tem, de informação sobre a água subterrâneo e várias outras coisas. Uma coisa da maior importância e relevância sem ter um apoio de planejamento ambiental efetivo, que dê segurança para os técnicos, que o fazem, e para as pessoas que vai usar o recurso”, disse Pellini.

Os cerca de 200 funcionários da FZB devem ser demitidos se a extinção for aprovada. Dentre as atividades, estão o levantamento de espécies ameaçadas e o fornecimento de veneno para produção de soro antiofídico. A fundação administra o Jardim Botânico e o Museu de Ciências Naturais da Capital, além do Zoológico de Sapucaia do Sul, que poderiam ser privatizados. Conforme os servidores, o custo para manter a Zoobotânica representa 0,045% do orçamento estadual.

Confira o vídeo:


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895