Secretário de Educação do RS vai priorizar problemas de estrutura nas escolas

Secretário de Educação do RS vai priorizar problemas de estrutura nas escolas

Faisal Karam minimizou ideologia de gênero, afirmando que o país tem escolas em situações precárias

Correio do Povo

Para Karam, secretaria terá de otimizar recursos

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O secretário de Educação do Rio Grande do Sul, Faisal Karam, afirmou nesta segunda-feira, em entrevista à Rádio Guaíba, que os recursos para a área são escassos, mas defendeu que o Estado deve ter uma atuação forte no setor. Disse que o primeiro passo de seu mandato será tentar minimizar os problemas de estrutura nas escolas, os quais, segundo ele, afetam o desempenho dos estudantes. “Vemos de forma muito clara que é grande o desequilíbrio entre regiões, porque determinados locais apresentam um índice do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) mais alto que outros. Tu começas a analisar e vês que alguns lugares não têm laboratório, equipamentos de informática em quantidade necessária para a escola ser atrativa para o aluno. Esse é o primeiro passo, e investir neles”, disse.

O ex-prefeito de Campo Bom minimizou a questão da Escola Sem Partido e da ideologia de gênero. Karam argumentou que "a rede estadual, assim como o país inteiro, tem escolas em situações precárias”. “Se perdemos o foco que é a educação em si, acabamos perdendo o caminho. O principal problema é a qualidade do ensino. Não que a questão de gênero não tenha peso, sem dúvida nenhuma, é importante respeitar o ser humano”, argumentou o tucano. “Educação, assim como saúde e segurança pública, deve ser tratada como um problema de Estado, de Brasília e das unidades federativas. O Estado tem que fazer as suas funções básicas. Sempre entendo que todo recurso aplicado em educação deve ser visto como um investimento. Então, isso é prioridade para o governo Eduardo Leite”, completou.

Karam, que foi ex-prefeito de Campo Bom, onde também atuou na Secretaria de Obras, explicou que “o orçamento da Secretaria de Educação do Estado é na ordem de R$ 9,1 bilhões, mas temos da folha de ativos e inativos além do 13º salário e a folha de dezembro. Isso acarreta um prejuízo enorme, então, estaríamos dizendo que não existem recursos para investimento na educação”, analisou. Ele ainda disse que, enquanto a economia não tiver uma retomada de crescimento, a gestão será de otimização dos recursos em caixa.

Desvalorização dos professores

De acordo com o secretário, uma das principais dificuldades de quem opta por seguir carreira como professor está na desvalorização. “Ser professor hoje é a profissão mais importante que nós deveríamos ter e valorizar no nosso país. Ele é o formador da mão de obra, da questão intelectual dos jovens, mas ele é desvalorizado”, disse. O tucano também ressaltou que “o professor acaba muitas vezes fazendo duas funções. Cria, na rede pública, os filhos das pessoas porque as famílias têm uma dificuldade muito grande de dizer o que é certo e o que é errado. Muitas vezes, nas salas de aulas, há alunos sem limites, cujos pais não dizem não”, completou.

Karam destacou ainda o despreparo de alguns profissionais. “Muitos não optam por uma convicção, por ser importante. Então, não estão preparados para enfrentar uma sala de aula e uma turna. A academia e a realidade de estar no local para conviver com 20, 30 alunos é outra. As pessoas optam por ser professor para ter sustento e há uma rotatividade muito grande a partir do momento em que o município vizinho abre um concurso público mais interessante”, disse.

Mais escolas técnicas

Para Karam, é preciso tornar as escolas mais atrativas para que os alunos não entendam esse ambiente como algo maçante e tenham mais perspectivas de futuro. “Nós sentimos isso na evasão escolar. Principalmente no ensino médio. Não existe uma escola profissionalizante que diz que, se ele fizer, vai estar encaminhado no mercado de trabalho ou pelo menos com um conhecimento básico em alguma profissão”, disse. “Hoje, temos que investir em escolas técnicas que permitam ao aluno se qualificar e fazer um curso de aperfeiçoamento. Ele termina o ensino fundamental sem muita qualidade e chega no ensino médio em lugares sem estruturas”, ressaltou.

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