Simpa garante cumprir efetivo mínimo durante greve em Porto Alegre
Secretaria de Saúde contesta e aponta demora no atendimento à população
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De outro lado, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) entende que a decisão não vem sendo cumprida. De acordo com a Pasta, às 20h de quarta, usuários do postão foram avisados da falta de equipe e do risco de demora excessiva. Dessa maneira, muitos voltaram para casa. Ao fim da noite, foram atendidas as únicas três pessoas que ficaram no local.
A Secretaria salienta que os funcionários que aderiram à greve não informaram as chefias sobre a falta ao trabalho, e não houve tempo para ajustar o funcionamento do posto para atender a demanda. Ainda à noite, a SMS emitiu uma nota alegando que a situação contraria a determinação da justiça. De acordo com a Pasta, somente dois dos oito profissionais técnicos escalados para o horário apareceram para trabalhar.
Segundo Terres, havia médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e assistentes administrativos trabalhando no posto, embora ele admite que não saiba precisar o número. Para o sindicalista, a SMS contabiliza os 50% da liminar em cada categoria (somente médicos, por exemplo), quando a decisão estipula a metade do quadro geral. O diretor do Simpa ainda garante que 100% da demanda foi atendida. A Secretaria ressalta que não há nenhuma determinação para que a população não procure os postos de saúde. A Pasta orienta, ainda, que pessoas que não forem atendidas telefonem para o 156 e relatem o ocorrido.
Entenda a paralisação
Os servidores municipais de Porto Alegre retomaram a greve geral ao meio dia de quarta-feira. A decisão havia sido tomada em assembleia ainda na sexta-feira passada. A categoria encerrou a paralisação anterior, que durou 40 dias, no dia 13 de novembro, mas manteve o estado de greve. A greve deve seguir por tempo indeterminado.
Entre as pautas centrais da categoria, o parcelamento dos salários e do 13º, além dos projetos de lei do Executivo com impacto sobre o funcionalismo. Um dos mais contestados, o PL 11, que altera o regime de trabalho dos servidores, podendo reduzir salários, só deve ser votado no ano que vem, apesar de a prefeitura ter pedido à Câmara urgência na análise do texto.
Relembre a decisão judicial
Em 9 de outubro, a Justiça do Rio Grande do Sul expediu decisão liminar que libera os servidores públicos municipais de Porto Alegre a fazerem greve em serviços essenciais como assistência médica e hospitalar, comercialização e distribuição de medicamentos e alimentos, abastecimento de água, saneamento, captação e tratamento de esgoto e lixo, com exceção de educação e assistência social. Na decisão, o relator do processo, desembargador Francesco Conti, determinou que a restrição de greve aplica-se somente aos serviços do DMLU, DMAE e Saúde (urgência e emergência), que devem ser mantidos com, no mínimo, 50% da força de trabalho.
A decisão também proíbe corte de ponto dos funcionários que aderirem à paralisação. Além disso, a multa por descumprimento, que havia sido definida em primeira instância em R$ 100 mil por dia, agora é de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento do percentual.