Sindicato acionará Câmara de Porto Alegre para evitar divulgação nominal de salários

Sindicato acionará Câmara de Porto Alegre para evitar divulgação nominal de salários

Representante da categoria criticou aplicação literal de nova lei como "eleitoreira"

Rádio Guaíba

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A direção do sindicato dos servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre (Sindicâmara) decidiu ingressar com ação ordinária, e pedir liminar que impeça a divulgação nominal dos contracheques de 620 servidores da Casa. A publicação dos dados foi anunciada pela Mesa Diretora, mas ainda não tem data para entrar em vigor. Por conta de ação similar, na quinta-feira a Justiça determinou que a prefeitura de Porto Alegre retire do ar sua lista nominal de servidores e rendimentos.

A diretoria da entidade entendeu que o ato fere os direitos fundamentais dos servidores, garantidos pela Constituição, no que se refere à inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem. “O Sindicâmara defende o acesso irrestrito às informações de interesse público, desde que elas não firam o direito individual de ninguém. Influenciados por medidas que julgamos oportunistas, populistas e demagógicas, que só crescem com a proximidade das eleições municipais, os vereadores da Mesa Diretora resolveram atropelar o direito dos servidores, nominando-os desnecessariamente à guisa de tornar a sua remuneração transparente", criticou o presidente do Sindicâmara, Renato Guimarães.

"Bastava ao Legislativo tabelar e publicar os cargos, o seu número, a lotação e a remuneração de cada um para atingir o mesmo objetivo sem toda a pirotecnia”, argumentou. “Seguir obediente os passos do prefeito parece ser uma vocação intrínseca do Legislativo da cidade, ainda que seja para desrespeitar o seu próprio quadro de servidores”, avaliou Guimarães.

Depois que o Sindicato dos Municipários entrou na Justiça e obteve uma liminar favorável, barrando a divulgação nominal dos salários, a Procuradoria Geral do Município (PGM) divulgou, na quinta, que vai ingressar com um recurso para tentar derrubar a medida. O prazo é de 24 horas para que a Prefeitura retire os dados do Portal Transparência, a contar da notificação, que ocorreu nesta sexta, às 15h45min, caso o recurso não seja analisado antes.

A justificativa do sindicato é que a segurança dos trabalhadores é colocada em risco com a publicação dessa forma. Como alternativa, é sugerida a divulgação dos salários referentes aos cargos e não a cada servidor. Na terça-feira, o Executivo publicou a remuneração dos 26 mil trabalhadores, conforme determinação da Lei de Acesso à Informação, em vigor em todo o País desde 16 de maio.


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