STJ manda soltar governador cassado José Arruda
Corte entendeu que ele não oferece risco às investigações do inquérito do mensalão
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Gonçalves alegou não haver mais "razões" para a prisão preventiva de Arruda. A decisão do STJ contrariou posição do Ministério Público Federal (MPF). Em requerimento enviado ao tribunal, a subprocuradora-geral da República Raquel Elias Ferreira Dodge pediu a manutenção da prisão de Arruda.
Arruda foi preso em fevereiro - por decisão do STJ - sob a acusação de coagir testemunhas e obstruir as investigações sobre o esquema de corrupção no governo do Distrito Federal. Tentou, sem sucesso, um habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em março, Arruda perdeu o cargo de governador. Foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por infidelidade partidária. Ele deixou o DEM em dezembro, depois da revelação do esquema de corrupção desmantelado pela Operação Caixa de Pandora, em 27 de novembro. O político não recorreu da cassação e aceitou a perda da cadeira de governador.
Em sua decisão, Fernando Gonçalves alegou que, segundo a Polícia Federal, as próximas diligências da investigação sobre o "mensalão do DEM" serão "técnicas", diminuindo as chances de Arruda interferir no inquérito. O ministro argumentou também que, cassado, Arruda também perdeu o poder de governador de atrapalhar a ação da polícia para apurar o esquema de corrupção.
Aliados também serão libertados
Os cinco envolvidos no episódio de suborno de testemunha do Mensalão do DEM, que estão presos na Penitenciária da Papuda, também ganharão liberdade. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), anunciada nesta tarde, favorável à libertação do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (ex-DEM), beneficia todos os envolvidos que foram presos também em fevereiro.
O primeiro deles, o ex-conselheiro do Metrô de Brasília, Antônio Bento, foi preso em flagrante em 5 de fevereiro durante a suposta tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Edson Sombra. Os outros quatro, o ex-diretor da Companhia Energética de Brasília (CEB) Haroaldo de Carvalho; o ex-secretário de Comunicação do Distrito Federal, Wellington Moraes; o suplente de deputado Geraldo Naves; e o assessor do ex-governador Rodrigo Arantes, tiveram a prisão decretada no mesmo dia que Arruda e agora também ganharão liberdade.