Suplicy chora no Senado por condenação de Genoino
Senador leu carta de desabafo escrita pela filha do ex-presidente do PT
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Na carta divulgada nas redes sociais, Miruna diz que Genoino "não ficará de braços cruzados aceitando aquilo que a mídia e alguns setores da política brasileira querem que todos acreditem". Suplicy disse que ficou emocionado pelo desabafo da jovem. E Suplicy, que iria inicialmente subir à tribuna para falar sobre a revolução constitucionalista de 1932, terminou por intermediar a leitura da carta com a tentativa frustrada de conter o choro. "Foi uma condenação muito dolorosa para nós do PT", alegou.
"Avaliamos, tanto no caso de João Paulo Cunha, José Dirceu e Delúbio Soares, que eles não cometeram faltas graves, mas eu respeito a decisão do Supremo". O senador acredita que os petistas devem aprender "a lição" com o episódio do mensalão. Quanto à participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no escândalo, Suplicy disse que o próprio Lula lhe assegurou, mais de uma vez, que não sabia e nem participou do esquema. "Tantas vezes, o próprio Lula me afirmou que não sabia desse procedimento, que eu não tenho razões para não acreditar nele", defendeu. "Ele sempre afirmou que não ocorreu o mensalão".
Suplicy disse que também se "emocionou" quando teve de encarar a condenação de outros colegas de partido, citando especificamente João Paulo Cunha, Delúbio Soares e José Dirceu. Ele negou a predileção por Genoino, apesar de reconhecer que o ex-guerrilheiro "teve uma história de luta muito forte pela democracia". "Fiz o registro também por todos eles, é uma história de muito sofrimento para nós do PT". O senador lembrou que todos os acusados de envolvimento no esquema do mensalão tiveram os melhores advogados do País para defendê-los.
Contou, em seguida, que correu o risco de levar uma bronca da direção do PT quando assinou o requerimento para criação da CPMI dos Correios, que investigou o escândalo de utilizar dinheiro público para pagar deputados, em troca do apoio ao governo. "A direção do partido ficou brava comigo, mas não recebi nenhuma sanção, porque depois teve a entrevista do Roberto Jefferson", afirmou, referindo-se ao relato do mensalão feito pelo então deputado, presidente do PTB.