TCU abre investigação sobre Pedro Guimarães por denúncias de assédio sexual

TCU abre investigação sobre Pedro Guimarães por denúncias de assédio sexual

Funcionárias afirmaram que sofreram assédio sexual e moral por parte do ex-presidente da Caixa

R7

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O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu procedimento para apurar as denúncias de assédio sexual e moral que teriam sido cometidos por Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa. A apuração foi aberta após representação do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU) feita no último dia 30. Guimarães deixou a presidência do banco no dia 29, após diversas denúncias de assédio contra funcionárias do banco.

O pedido do MPTCU foi assinado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que afirma que os fatos denunciados são de extrema gravidade. De acordo com o documento, as denúncias indicam que a conduta de Guimarães foi "reprovável e incompatível com o exercício de presidente de uma das mais importantes instituições financeiras estatais".

Rocha ainda afirmou que "o assédio sexual e moral contamina o ambiente de trabalho tanto nas empresas privadas como na administração pública". "Quando praticado no âmbito da administração pública, o assédio gera a percepção, na sociedade, de que as instituições estatais não se pautam em valores morais nem são conduzidas segundo elevados padrões de conduta", pontuou o subprocurador.

As suspeitas da prática de assédio sexual por parte de Guimarães foram reveladas pelo portal Metrópoles. De acordo com as denúncias, Guimarães teria assediado funcionárias do banco em eventos e viagens de trabalho, especialmente em ações do Caixa Mais Brasil, programa criado pelo governo federal para dar visibilidade à Caixa em todo o país. Há denúncias de aproximação física e toques indesejados.

Investigações foram abertas no Ministério Público Federal (MPF) e no Ministério Público do Trabalho (MPT), que também iniciou uma apuração sobre suspeita de assédio moral.

Antes de pedir demissão, Pedro Guimarães participou de evento público em Brasília, no qual fez um discurso breve sobre a vida pessoal, sem citar diretamente as denúncias. "Tenho muito orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira como sempre me pautei em toda a minha vida. Quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa. São quase 20 anos juntos, dois filhos e uma vida inteira pautada pela ética", afirmou.

Em nota divulgada na última quarta-feira, a Caixa confirmou que recebeu as denúncias de assédio e informou que estava investigando o caso desde maio deste ano, mas que o tema vinha sendo tratado de forma interna e em sigilo.

“A Caixa repudia qualquer tipo de assédio e informa que recebeu, por meio do seu canal de denúncias, relatos de casos desta natureza na instituição. A investigação corre em sigilo, no âmbito da Corregedoria, motivo pelo qual não era de conhecimento das outras áreas do banco”, disse a nota. 


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